Artes/cultura
11/05/2022 às 04:00•2 min de leitura
Conforme uma vez descrito por Carl Sagan, a Terra é apenas um pequeno pálido ponto azul posicionado em um enorme tabuleiro cósmico. A disparidade de tamanho entre macro e micro é tão gigante que nós realmente seríamos insignificantes comparados ao restando do Universo. Então, por que estamos tão sozinhos?
Afinal, seria o nosso planeta o único capaz de desenvolver formas de vida? E o que falar de formas de vida inteligente? Esses são questionamentos que corroem os nossos maiores pensadores há séculos e que devem continuar existindo até que uma resposta clara seja obtida. Mas o que nós sabemos até agora? Entenda.
(Fonte: Pixabay)
Em termos históricos, os trabalhos científicos em busca de vida fora da Terra ainda são muito recentes. Porém, já recebemos algumas respostas intrigantes. Por exemplo, atualmente nós sabemos que existem milhares de planetas fora do nosso sistema solar e que apenas a nossa galáxia contém trilhões deles.
Muitos desses planetas, inclusive, potencialmente parecidos com a nossa casa. Mesmo assim, nenhuma evidência de que outra forma de vida esteja morando fora da Terra foi documentada. Com isso, mais perguntas do que respostas vão surgindo e uma resposta clara parece cada vez mais longe.
O que é necessário para um exoplaneta abrigar vida? Como a vida começa e com que rapidez? Qual o tempo de vida de espécies fora do nosso mundo? Todos esses são questionamentos válidos e que nós não temos ideia de como respondê-los. Sem contar que, mesmo se a vida fora da Terra existir, quase todos esses planetas estão fora do nosso alcance tecnológico e a poucos, se não vários, anos-luz de distância daqui.
(Fonte: Pixabay)
Há quase 70 anos, o físico Enrico Fermi fez a crucial pergunta: "Onde está todo mundo?". Mesmo que as viagens fossem muito lentas, o Universo possui bilhões de anos e algum tipo de forma inteligente de vida já deveria ter encontrado uma maneira de atravessar galáxias, certo?
Ao mesmo tempo, desenvolvemos a Equação de Drake — um argumento probabilístico usado para estimar o número de civilizações extraterrestres ativas em nossa galáxia Via Láctea com as quais poderíamos ter chances de estabelecer comunicação. O cálculo sugere que talvez um dia a gente encontre uma resposta para um número exato, mas o resultado pode não ser tão positivo assim.
De acordo com pesquisadores de Oxford, nós precisamos assumir que simplesmente não conhecemos as incertezas que cercam o Universo e o que faz a vida existir. Dessa forma, a probabilidade de estarmos sozinhos na Via Láctea seria de aproximadamente 53% e de 40% em relação ao Universo visível — o que faria do Homo sapiens a coisa mais inteligente de todos os tempos.
(Fonte: Pixabay)
Em entrevista ao podcast Future Hacker — que fala sobre temas que deverão ser fortemente debatidos nas próximas décadas —, o professor e ex-presidente do departamento de astronomia da Universidade de Harvard, Avi Loeb, falou um pouco sobre as iniciativas quem vem surgindo para responder à pergunta "estamos sozinhos no Universo?"
Loeb é idealizador do Projeto Galileo, que atualmente conta com um capital de US$ 2 milhões e mais de 100 cientistas internacionais trabalhando em conjunto para desenvolver um algoritmo capaz de identificar viajantes interestelares, satélites não construídos por humanos e outros fenômenos aéreos não identificados.
“Estamos planejando construir um sistema de telescópio no telhado da Harvard College Observatory nos próximos meses e assim que ele estiver funcionando a ideia é identificar objetos que o governo notifica”, disse durante a entrevista. Segundo o pesquisador, o fato do governo dos EUA ter admitido a existência de objetos observados no espaço cuja natureza era inconclusiva foi um ponto-chave para que novos estudos surgissem.
Para ele, robôs astronautas conduzidos inteligência artificial podem ser a nossa maior "arma" no futuro para percorrer maiores distâncias e tentar encontrar um tipo de "civilização alienígena". Enquanto isso, só nos resta esperar por respostas.