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08/11/2022 às 12:00•2 min de leitura
Um estudo publicado na revista Frontier in Anging Neuroscience mostrou que o cérebro de um paciente de 87 anos, que sofreu um ataque cardíaco, parecia estar revivendo memórias nos 30 segundos antes e depois da sua morte. Essa pesquisa parece confirmar o que pessoas que tiveram experiências de quase morte afirmavam ter vivido quando seus cérebros se preparavam para morrer.
Paciente estava realizando exames para detectar convulsões. (Fonte: Unsplash / Reprodução)
Estudos com relatos de pacientes que passaram por experiências de quase morte não são incomuns, por outro lado, mesmo que um paciente esteja em estágio terminal, é difícil prever quando sua morte vai ocorrer, assim, monitorar a atividade cerebral no momento exato da morte é bastante raro.
Apesar disso, foi exatamente o que aconteceu com a equipe de neurocientistas da Universidade de Tartu, na Estônia. O paciente que eles estavam monitorando tinha epilepsia e estava realizando um eletroencefalograma (EEG) para detectar convulsões, porém, sofreu uma parada cardíaca durante o processo e tinha na sua ficha hospitalar a recomendação de não passar por manobras de ressuscitação. Desse modo, a equipe médica pode acompanhar pelo EEG o que o cérebro dele fazia no exato momento em que ele morria.
Ondas cerebrais captadas pelo exame mostraram a ativação de memórias. (Fonte: Unsplash / Reprodução)
Os pesquisadores analisaram as ondas cerebrais do paciente e perceberam que seu exame apresentava oscilações gama, associadas à recuperação de memória. Segundo o estudo, isso pode ser uma indicação de que o cérebro gera uma repetição de memórias quando entra na fase inconsciente. Esse tipo de oscilação é semelhante àquelas ocorridas durante a meditação e o sonho.
Estudos como esse já haviam sido realizados com ratos, mas é a primeira vez que uma análise assim ocorre com humanos. A pesquisa também contradiz ideias anteriores, já que ela apontou que o cérebro do paciente entrou em atividade cerebral intensa e não que foi desligando aos poucos como se imaginava até então.
Ainda não é possível afirmar que todos que morrem passam por essa mesma experiência. (Fonte: Unsplash / Reprodução)
Não. Conclusões desse tipo não podem ser baseadas em um único estudo.
Além disso, é preciso considerar que esse paciente havia sofrido um trauma cerebral grave, tinha histórico de convulsões e estava fortemente medicado com drogas que podem induzir psicose. Ou seja, esses fatores podem ter alterado a atividade cerebral dele.
Provavelmente não será fácil realizar outro estudo para comparar os dados com este e chegar a uma conclusão mais garantida, afinal, não podemos prever o momento da morte de ninguém. Então, apesar desse registro, o momento da morte continua sendo um mistério.