Por que não temos vacinas contra doenças causadas por fungos?

17/02/2023 às 11:003 min de leitura

Você sabia que a doença provocada por fungos na série da HBO, The Last of Us, está mais próxima da realidade do que muitas pessoas imaginam? Na adaptação, uma infecção por fungos, que transforma as pessoas em "zumbis", foi responsável por destruir boa parte da humanidade.

A título de curiosidade, o fungo da série foi inspirador por fungos reais, mas que não representam um perigo desse tipo para a humanidade. Não obstante, especialistas e pesquisadores nos últimos tempos alertaram sobre as infecções fúngicas: elas já são consideradas uma grande ameaça à saúde, responsáveis por ceifar a vida de milhões de pessoas em todo mundo.

Para muitos cientistas, o futuro pode reservar algo mais grave. Isso nos leva a outra questão: com tanta tecnologia e inovação, por que ainda não temos uma vacina contra essa classe de doenças? Bom, a resposta para essa pergunta é simples – e complexa ao mesmo tempo.

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Quem pode ter infecções fúngicas?

(Fonte: mohamed_hassan/Pixabay)(Fonte: mohamed_hassan/Pixabay)

Qualquer indivíduo, mesmo aqueles que se encontram em bom estado de saúde, pode adquirir infecções fúngicas. Os fungos são amplamente encontrados no meio ambiente, podendo ser inalados, ou ainda entrar em contato com nossa pele diariamente sem causar nenhuma enfermidade. Mas, claro que existem aqueles que causam problemas. 

Aliás, indivíduos com imunidade debilitada são mais propensos a desenvolver uma infecção fúngica, uma vez que esses fungos podem agir como patógenos oportunistas. Quando falamos sobre infecções oportunistas estamos nos referindo a infecções que se desenvolvem quando o sistema imunológico de um indivíduo encontra-se comprometido. Tais enfermidades podem ser provocadas não somente por fungos, mas também por bactérias e vírus.

Por que não temos vacinas contra doenças fúngicas?

(Fonte: Edward Jenner/Pexels)(Fonte: Edward Jenner/Pexels)

Até o presente momento, não existe uma única vacina disponível para prevenir infecções causadas por patógenos fúngicos em humanos. Se olharmos o cenário geral, fica claro que é urgente, investimentos e estudos nessa área para evitar possíveis doenças, ou melhor ainda, para prevenir vários tipos de infecções fúngicas com uma única vacina.

Mas você pode estar pensando: se já desenvolvemos tantas vacinas, para tantas finalidades diferentes, por que ainda não temos vacinas fúngicas em pleno ano de 2023?

Veja bem, além dos desafios na área científica, o desenvolvimento de imunizantes fúngicos esbarra em aspectos econômicos. Mesmo que uma vacina se mostre segura e eficaz em ensaios clínicos, isso não garante que ela será produzida em massa e disponibilizada no mercado. 

(Fonte: PublicDomainPictures/Pixabay)(Fonte: PublicDomainPictures/Pixabay)

Para uma vacina ser viável comercialmente, é preciso que ela apresente potencial para gerar lucro. Afinal, as empresas farmacêuticas não fazem caridade. A grande questão é que essas infecções fúngicas não ocorrem com alta frequência em muitos pacientes. Por isso, o desenvolvimento de um imunizante para esse fim pode não ser tão atraente para as grandes fabricantes e investidores.

Também não podemos esquecer que, apesar das dificuldades econômicas, as vacinas fúngicas podem ser altamente benéficas para estabelecer imunidade em pacientes que passaram por um transplante de órgão, para aqueles em estágio inicial de HIV ou para dessensibilizar indivíduos com alergia a fungos.

Essas vacinas podem prevenir muitas doenças e mortes em um grupo de pessoas, reduzindo também os custos associados aos cuidados médicos, embora esses benefícios possam ser mais perceptíveis para os indivíduos afetados e os sistemas de saúde, e não para as empresas farmacêuticas.

Quais fungos infectam seres humanos?

(Fonte: Geralt/Pixabay)(Fonte: Geralt/Pixabay)

Existem diversos tipos de fungos capazes de causar infecções em humanos. Mas há aqueles que tem mais chances de nos afetar. Nesse sentido, vale destacar os que causam as seguintes infecções: candidíase, aspergilose, criptococose, pneumocistose e fungos termicamente dimórficos como histoplasmose, blastomicose, coccidioidomicose, e paracoccidioidomicose.

Embora tenham sido desenvolvidas novas drogas antifúngicas, as taxas de sucesso no tratamento de muitas micoses ainda são baixas e o uso dessas drogas é limitado por sua toxicidade, resistência e alto custo. Para superar essas dificuldades, novas abordagens de prevenção e tratamento estão sendo investigadas, incluindo, claro, o desenvolvimento e o uso de vacinas.

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