Artes/cultura
26/03/2023 às 11:00•2 min de leitura
Uma das características mais marcantes dos mamíferos é a presença de pelos no corpo. Porém, com os humanos, essa característica foi sendo reduzida ao longo do tempo, se tornando apenas um vestígio evolutivo.
Nós não somos a única espécie a perder os pelos. Porém, nós somos a única que perdeu de maneira isolada. Enquanto cetáceos e outros mamíferos aquáticos têm a ausência de pelo compartilhada com grupos próximos, nenhuma outra espécie de primata seguiu essa mesma tendência evolutiva que nós. Por que isso aconteceu? E por que mantivemos pelos em algumas partes do corpo?
(Fonte: GettyImages)
Até o momento, a ciência ainda não encontrou uma resposta que consiga explicar como ou por que perdemos os nossos pelos ao longo da nossa evolução. Assim como também não é possível afirmar em qual momento isso aconteceu.
O que existe é uma série de teorias, das quais a hipótese do resfriamento do corpo é uma das mais aceitas. Também conhecida como hipótese da savana, ela sugere que a necessidade crescente dos primeiros humanos de termorregular seus corpos serviu como um fator para a perda de pelo.
Em uma época em que era necessário perseguir presas por longas distâncias e em um ambiente de temperatura elevada, a ausência de pelo permitiria suar com mais eficiência e esfriar o corpo mais rapidamente sem precisar de pausas. E existem evidências para essa hipótese.
Alguns estudos correlacionam a presença de interruptores para alguns genes responsáveis por determinar se certas células se desenvolvem em glândulas sudoríparas ou folículos pilosos. Essa diferenciação começou a aparecer em algum momento entre 2 milhões e 1,5 milhões de anos no passado, e também convergem para o momento em que os genes que aumentaram a pigmentação da pele humana apareceram.
(Fonte: Unsplash)
Mas o que explica nós mantermos os pelos em regiões bastante específicas do nosso corpo? Uma teoria bastante aceita está diretamente relacionada com a hipótese do resfriamento do corpo. A ideia é que conforme nós ficamos mais eretos, a presença de pelo para nos proteger da radiação solar só se tornou necessária na cabeça.
Ela estaria relacionada com outra teoria sobre o momento em que passamos a ter cabelo encaracolado. De acordo com alguns estudos, esse padrão de cabelo ajuda a minimizar o ganho de calor da radiação solar. Quanto mais encaracolado o cabelo, com mais facilidade ele consegue criar bolsas de ar abertas, dissipando e minimizando a quantidade de calor que desce para o couro cabeludo. Enquanto ele nós protege da radiação, também controla a temperatura da nossa cabeça.
Quanto aos pelos pubianos e nas axilas, a principal hipótese é que eles sejam apenas um subproduto da evolução. Alguns estudos sugerem ainda que eles podem ser uma maneira de proteger a nossa pele do atrito causada pelo movimento dos nossos braços ou pernas.