
Estilo de vida
12/04/2023 às 11:00•2 min de leitura
Pesquisadores do Mammoth Museum Laboratory da North-Eastern Federal University (NEFU) em Yakutsk, no leste da Sibéria, concluíram recentemente a necropsia de uma espécie de bisão já extinta. A carcaça do animal, possivelmente morto há mais de 8 mil anos, foi encontrada no permafrost siberiano.
Como os restos mortais estavam muito bem conservados, os cientistas do museu acreditam ser possível clonar o animal — embora, segundo um especialista na área, a possibilidade seja improvável.
A carcaça, preservada graças ao frio extremo do permafrost, é de um animal jovem, que tinha entre um e dois anos quando morreu. Os cientistas não conseguiram descobrir o sexo da criatura, que pertence a uma espécie de bisão extinta há milhares de anos. O corpo mumificado pelo gelo foi descoberto no ano passado em Khaastaakh, na região da cidade de Verkhoyansk, Rússia, e doado ao NEFU.
Por enquanto não foi possível determinar exatamente em qual período viveu o animal mas, segundo os pesquisadores, espécimes similares encontrados em 2009 e 2010 datavam de cerca de 8 mil a 9 mil anos atrás. De qualquer forma, o time ficou bastante animado após a necropsia: ao remover amostras do pelo, pele, ossos, músculos, gordura e chifres, além de todo o cérebro do animal mumificado, os cientistas perceberam o quão bem preservada estava a carcaça. Por este motivo, eles esperam conseguir clonar o bisão extinto.
Após coleta de material de carcaça de bisão extinto, cientistas acreditam na possibilidade de clonagem
Em uma nota emitida pelo NEFU, Hwang Woo Suk, um geneticista e colaborador do museu, disse que o time de pesquisadores está "trabalhando com um achado único que pode ser clonado no futuro graças aos materiais selecionados." Em 2006, ele foi demitido da Seoul National University, na Coreia do Sul, e quase foi preso após forjar resultados e quebrar regras éticas da biomedicina em suas tentativas de clonar células-tronco humanas embrionárias.
Agora, os cientistas do NEFU (o mesmo museu que foi notícia ao confundir um urso-pardo mumificado com uma espécie extinta há 22 mil anos) pretendem retornar ao local onde o bisão mumificado foi encontrado para vasculhar em busca de mais carcaças. Eles acreditam que obter mais espécimes possa ajudá-los no projeto de clonagem da espécie extinta.
Ainda que os pesquisadores do NEFU estejam animados com a possibilidade de clonar o bisão extinto, o Professor Love Dalén não parece tão certo de que a empreitada será um sucesso. Em uma conversa com o site Live Sciente, Dalén — paleontólogo na Stockholm University na Suécia — disse que, do seu ponto de vista, "não será possível clonar animais extintos a partir de tecidos como esses."
DNA do material coletado pode ser insuficiente para realizar clonagem com sucesso
Embora não esteja envolvido com o processo de necropsia da carcaça, Dalén explicou que, ainda que os tecidos estejam muito bem preservados, o DNA contido ali provavelmente já está degradado demais para ser clonado. Para que a clonagem seja possível, seria necessário encontrar cromossomos intactos, algo pouco provável de se achar em um animal mumificado morto há milhares de anos.
O especialista explica que seria sim possível sequenciar a maior parte do genoma do bisão que, combinando o DNA de outros espécimes mumificados ao de bisões vivos atualmente, possibilitando "reviver" a espécie extinta. Porém, tal tarefa seria extremamente difícil — mas ainda assim muito mais provável do que simplesmente clonar o animal com apenas as amostras colhidas na necropsia.
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