Estilo de vida
14/04/2023 às 06:30•2 min de leitura
O Telescópio Espacial James Webb da NASA revelou novos detalhes coloridos de Cassiopeia A, um dos remanescentes de supernova (sigla SNR em inglês) mais bem observados. Localizado em uma constelação homônima há 11 mil anos-luz, esse objeto se estende por 10 anos-luz, sendo o resultado de uma explosão estelar há 340 anos, que deixou para trás apenas gás e poeira brilhante.
E de forma incrível, os pesquisadores puderam identificar recentemente um fenômeno nela que ficou conhecido como "monstro verde".
(Fonte: Getty Images)
As pesquisas sobre os SNRs permitem que os cientistas compreendam mais sobre como ocorrem, com Danny Milisavljevic, professor assistente da Universidade Purdue e investigador principal do programa que capturou as novas observações, afirmando que elas são "uma espécie de autópsia estelar para entender que tipo de estrela estava lá antes e como ela explodiu".
Dessa vez, a intenção era confirmar se as capacidades infravermelhas do Webb poderiam captar qualquer coisa que outros aparelhos não tinham percebido. A luz infravermelha é invisível ao olho humano, sendo assim nova imagem em alta resolução capturada precisou ser transformada para que os pesquisadores pudessem finalmente avaliar as cores do remanescente.
A novidade revelou detalhes incríveis nunca vistos antes, com luz vermelha e laranja no exterior da Cassiopeia A indicando uma poeira quente na região na qual o material estelar ejetado antes da explosão está colidindo com gás e poeira ao redor.
Dentro da estrutura do invólucro, um brilho rosa pode ser visto, juntamente com características que se assemelham a aglomerados e nós, compostos por materiais que vieram da estrela antes de seu fim, e incluindo elementos químicos pesados como argônio, neon e oxigênio.
(Fonte: NASA/ESA/CSA/D. D. Milisavljevic/T. Temim/I. De Looze/Reprodução)
Porém, o que mais atraiu a atenção da equipe foi uma estrutura em forma de laço com coloração esverdeada, que ganhou o carinhoso apelido de "monstro verde" em homenagem ao Parque Fenway, em Boston.
No momento, os investigadores ainda estão tentando compreender as fontes por trás desse fenômeno apresentado pela nova imagem do James Webb. "Se você olhar de perto, notará que está marcado com o que parecem mini-bolhas. A forma e a complexidade são inesperadas e difíceis de entender", disse o investigador principal do programa.
Estudar remanescentes como a Cas A nos permite entender mais sobre partes importantes do nosso universo, como a poeira cósmica, essencial para formação de estrelas e planetas, e como as supernovas liberam elementos cruciais para a vida.
"Ao entender o processo de explosões estelares, estamos lendo nossa própria história de origem. Vou passar o resto da minha carreira tentando entender o que há neste conjunto de dados", afirmou Milisavljevic.