Mistérios
29/04/2023 às 06:00•2 min de leitura
Bases lunares, plataformas de exploração e elevador espacial são apenas alguns dos planos que governos, como os dos Estados Unidos e China, têm para a Lua. Recentemente, no entanto, foi adicionado a necessidade de estabelecer um fuso horário lunar a essa lista.
Afinal, se o homem tem planos tão grandes assim para a Lua, esse seria o primeiro passo para que essa longa jornada de feitos consiga ser específica para as comunicações lunares, e a Agência Espacial Europeia já está à frente do projeto tentando atrair empresas privadas para o empreendimento.
(Fonte: Getty Images)
A Corrida Espacial do século XXI é uma realidade, como já deixou bem claro Bil Nelson, ex-astronauta, administrador da NASA e senador da Flórida. Dessa vez, no entanto, no lugar da antiga União Soviética, agora se encontra a potência chinesa que, segundo o governo norte-americano, tenta dominar os recursos lunares ao reivindicar a propriedade das áreas ricas em recursos da Lua.
Apesar dessa movimentação acontecer há um tempo, foi apenas em 2022 que se intensificou, quando o programa espacial chinês construiu uma estação espacial na órbita da Terra e estabeleceu várias missões de órbita lunar e recuperação de amostras. Os chineses agendaram uma terceira fase do programa, prevista para acontecer em 2025, e visam estabelecer uma estação de pesquisa lunar autônoma próximo ao polo sul da Lua.
(Fonte: CNSA/Reprodução)
Ou seja, um fuso horário lunar condiz com a necessidade de fazer planos a longo prazo para descobrir tudo o que é necessário para tornar uma base lunar bem-sucedida. A necessidade de um fuso assim está em fornecer dados de localização mais precisos aos usuários na superfície da Lua, visto que, atualmente, as missões lunares sincronizam seus relógios com os da Terra. Nas futuras missões lunares, no entanto, essa tática seria inadequada, especialmente à medida que mais missões decolam.
A discussão para um fuso lunar começou em novembro de 2022, durante uma reunião no Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia Espacial da ESA, na Holanda, cruzando com o esforço da NASA para criar o LunaNet, uma rede de arquitetura digital destinada a permitir comunicação e navegação na Lua.
No momento, ainda não há data de lançamento para o satélite Moonlight, que permitirá que o LunaNet funcione, tampouco garantia de quando um fuso lunar pode ser criado, ou mesmo quão diferente pode ser dos fusos horários na Terra.
(Fonte: NASA/Alberto Bertolin/Reprodução)
Até a primeira metade do século XVIII, antes do estabelecimento dos fusos horários em 1883, havia mais de 144 horários locais só na América do Norte, gerando um caos regional devido às pequenas diferenças de horário resultantes entre vilas e cidades adjacentes.
O problema se intensificou com a popularização das ferrovias, quando viagens mais rápidas se tornaram possíveis em muitas cidades, e os viajantes às vezes podiam chegar em um horário local anterior ao que haviam deixado. A falta de padronização de tempo e os horários nas mesmas vias, muitas vezes, não podiam ser coordenados, resultando em colisões catastróficas.
O engenheiro Sir Sanford Fleming, que trabalhava nas ferrovias canadenses, testemunhou esse problema quando perdeu um trem em 1876. Essa experiência o deu a ideia de criar um horário padrão, com variações horárias conforme as diferentes zonas do mundo.
Como resultado, as maiores empresas ferroviárias começaram a operar em um sistema coordenado de quatro fusos horários a partir de 1883, dando início a uma revolução que colocou ordem no mundo.