Artes/cultura
27/06/2023 às 10:00•2 min de leitura
Vinte quatro horas. Esse é o número de horas presentes em um dia e muitas vezes reclamamos que falta tempo, mas no passado as coisas eram mais difíceis se levarmos em conta que o ciclo entre um dia e outro em nosso planeta era de 19 horas.
Um estudo divulgado pela Nature Geoscience revelou que, no passado, os dias em nosso planeta duravam menos, situação que permaneceu assim por um bilhão de anos por conta da proximidade da Lua com a Terra.
“Com o passar do tempo, a Lua roubou a energia rotacional da Terra para impulsioná-la para uma órbita mais alta, mais distante da Terra. Muitos modelos da rotação da Terra indicam que a duração dos dias era ainda menor conforme voltamos no tempo”, comentou Ross Mitchell, geofísico do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, principal autor do trabalho.
Para determinar como era o avanço do tempo no passado, o time de pesquisa usou um sistema conhecido como cicloestratigrafia, que utiliza camadas sedimentares rítmicas com o intuito de tentar descobrir os fenômenos Milankovitch.
E o que seriam os fenômenos Milankovitch? Eles são ciclos astronômicos que mostram as mudanças periódicas existentes nas características orbitais de um planeta, controlando a quantidade de luz solar que ele recebe e afetando seu clima nos vários eventos que aconteceram em centenas de milhares de anos.
“Dois ciclos de Milankovitch, precessão e obliquidade, estão relacionados à oscilação e inclinação do eixo de rotação da Terra no espaço. A rotação mais rápida da Terra primitiva pode, portanto, ser detectada em ciclos de precessão e obliquidade mais curtos no passado”, explicou Uwe Kirscher, coautor do estudo e pesquisador da Curtin University, na Austrália.
Vale dizer que muitos pesquisadores costumavam utilizar um sistema que envolve analisar rochas sedimentares que foram capazes de preservar camadas de escalas muito finas em planícies de lama de maré. Dessa forma, é possível contar as camadas sedimentares causadas pelas flutuações das marés e chegar à duração do dia, mas esses registro estão cada vez mais raros.
Rochas de milhões de anos ajudaram a entender a passagem de tempo no planeta.
O artigo menciona ainda que, entre 2 bilhões e 1 bilhão de anos atrás, a Terra girava mais rápido por conta de algumas influências.
Um detalhe a ser considerado, por exemplo, é que a Lua puxava o planeta e fazia ele girar mais rápido. Já o Sol, por sua vez, usava sua força para empurrar a Terra, acelerando o seu processo de rotação. Porém, em um determinado momento as duas forças se igualaram, fazendo com que elas se anulassem e parassem de mudar a duração dos dias.