Tecnologia que coleta água diretamente do ar já é usada por EUA, Israel e Brasil

21/07/2023 às 12:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley (UC Berkeley) desenvolveram um pequeno dispositivo que consegue captar água do ar mesmo em ambientes extremamente secos.

Cientistas testaram o equipamento no local mais seco da América do Norte, o Parque Nacional do Vale da Morte, localizado entre os estados americanos da Califórnia e de Nevada e mesmo nesse ambiente desértico, que lida com altas temperaturas e pouquíssima umidade, o equipamento desenvolvido pela UC Berkeley conseguiu captar água do ar, equivalente a um copo de água por cada quilo de estrutura metalorgânica que utilizou.

Uma estrutura metalorgânica (MOF na sigla em inglês) são estruturas altamente complexas que vêm sendo estudadas há muitos anos. Uma de suas características é uma elevada porosidade. Essa porosidade foi essencial para capturar as moléculas de água presentes no ar, convertendo-as em água potável em estado líquido.

Se esse teste bem-sucedido não fosse bom o suficiente, há outra boa notícia nesse estudo. O equipamento é movido a energia solar com uma eficiência energética que torna sua operação limpa de emissão de gases poluentes, que contribuem para as mudanças climáticas.

Reprodução: UC BerkeleyReprodução: UC Berkeley

Os cientistas envolvidos acreditam que a tecnologia será utilizada em grande escala, desde o uso doméstico, gerando água para atividades cotidianas, até o seu uso na agricultura.

Além de gerar água em cidades localizadas em áreas áridas, esse sistema pode ser usado para criar água potável em regiões que, apesar de serem ricas em água, lidam com alto grau de poluição em suas nascentes. Os detalhes sobre esse estudo foram publicados pela revista Nature.

Empresa brasileira também faz coleta de água do ar

Um dos modelos brasileiros capaz de captar água do arUm dos modelos brasileiros capaz de captar água do ar

A eficiência que os pesquisadores da UC Berkeley alcançaram em seu estudo é notável. Contudo, o uso de tecnologia para a coleta de água do ar já é um tema conhecido pelos cientistas há muitos anos.

Coletar água do ar é um desafio que tem atraído a atenção de muitas empresas em todo o mundo, inclusive no Brasil. A brasileira Wateair vende, desde o ano de 2010, máquinas que geram água a partir do ar. Seu foco são empresas farmacêuticas e hospitalares.

As máquinas brasileiras não só fazem a coleta da água, mas o seu tratamento, correção de pH e adição de sais minerais. Apesar da empresa ter criado modelos para uso doméstico, o fato de as peças serem importadas faz com que o seu custo para o consumidor ainda seja alto.

Além da brasileira Wateair, a israelense Watergen oferece tecnologia semelhante. Em 2019, essa empresa doou 11 máquinas de água ao governo brasileiro, com o objetivo de divulgar a sua tecnologia no país.

Outros países, como México e Peru, também recorrem ao ar em busca de água. No Peru, as pessoas usam redes para coletar a névoa. Em contato com a estrutura, as moléculas de água se condensam e são coletadas pelos moradores. Acontece que nesses casos, é preciso ter um grande volume de umidade no ar.

Um dos pontos que torna a tecnologia dos EUA interessante ao ponto de virar notícia é o fato dela conseguir produzir água com autossuficiência energética, devido às suas baterias solares.

No caso da empresa brasileira e israelense, seus equipamentos ainda dependem de fonte externa de eletricidade. No entanto, a solução brasileira já consegue produzir cerca de 2000 litros de água potável por dia e a matriz energética brasileira é considerada limpa.

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