
Estilo de vida
15/08/2023 às 03:00•2 min de leitura
Recentemente, um vídeo viralizou na internet com um jovem que fala sobre uma festa regada a "cacau puro" e um set de músicas xamânicas. A festa, que ocorre no Rio de Janeiro, levou muita gente a se perguntar sobre a tal bebida e se ela teria de fato algum poder alucinógeno.
Na verdade, este uso feito do cacau remete a uma cerimônia tradicional na cultura de povos antigos nas Américas Central e do Sul. Fomos entender o que era esse ritual e quais seriam os efeitos do consumo dessa bebida.
(Fonte: GettyImages)
Há uma tradição xamânica sul-americana que envolve o consumo de plantas alucinógenas, sendo a mais famosa delas a ayahuasca, que ajudaria o indivíduo a atingir outros níveis de percepção da realidade. Mas os povos antigos descobriram também que o cacau teria efeitos semelhantes.
A bebida feita com essa fruta seria capaz de aumentar a produtividade, a criatividade e melhorar o humor, espantando a depressão. O efeito tem uma explicação química: é causado pela teobromina, uma substância química parecida com a cafeína, que atua também no sistema nervoso central. Só que, diferente da cafeína, que é estimulante, a teobromina acalma, relaxa e aumenta a vasodilatação.
As terapias alternativas também creditam ao cacau um efeito no chamado chacra cardíaco. “A pessoa se torna mais criativa, mais compassiva, mais amorosa. Nesse sentido, o cacau é um potencializador”, explica a terapeuta Marília Lins. Na cerimônia, cada participante toma cerca de 45 gramas de cacau misturado com outras ervas e especiarias, e é convidado pelo terapeuta a observar os efeitos no próprio corpo.
Sabe-se que esse uso do cacau já era feito há 3 mil anos pela cultura olmeca, a primeira civilização complexa da Mesoamérica, surgida no golfo do México. Os maias e os astecas também usavam a bebida.
(Fonte: GettyImages)
Por conta de todas as suas propriedades, o cacau é tido como um "remédio para o coração", o que significa que ele tem propriedades vasodilatadoras, mas também que, para os que creem, ele interferiria também na esfera dos sentimentos.
Segundo o neurocientista James Giordano, o "cacau é neuroativo, não fortemente psicoativo". Isso significa que ele tem capacidades orgânicas, mas não é psicodélico — ou seja, não tem a potencialidade de causar alucinações.
Giordano explica que a fruta é capaz de produzir efeitos químicos no cérebro associados ao bem estar: ele relaxa os músculos, libera serotonina e pode causar sensações positivas em geral. Esta também seria uma boa substância para ser consumida após ou durante uma experiência psicodélica.
Mas a sensação de estar alucinando após consumir cacau puro pode ter mais a ver com uma percepção individual autoinduzida. No artigo Cacao, the Love Drug, a especialista Nicki Adams escreveu: "combine cacau com um cenário e cenário intencionais, e qualquer um pode ter uma experiência poderosa de expansão da mente". Talvez seja apenas uma questão de vontade para quem quiser "viajar" a partir do cacau.
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