Artes/cultura
09/09/2023 às 13:00•3 min de leitura
Uma das cenas mais famosas na cultura ocidental é o momento em que Jesus Cristo, segundo a crença cristã, foi crucificado. Essa história já foi contada na Bíblia, mas também foi exibida em inúmeras igrejas, museus, esculturas, ilustrações e joias.
Mas o que pode ter ocorrido de fato nesse momento? Neste texto, compartilhamos o que as evidências históricas nos contam.
(Fonte: GettyImages)
Certos detalhes da crucificação de Jesus Cristo estão registrados apenas na Bíblia, sendo difícil encontrar esclarecimentos em outras fontes. Mas os fatos mais consensuais sobre este personagem é que provavelmente ele não nasceu no dia 25 de dezembro, e que seu nome pode ter sido Yeshua.
Ao se tornar adulto, de acordo com os Evangelhos, Jesus se tornou um pregador viajante, e passou a circular com seus seguidores. Segundo a Enciclopédia Britânica, o nome Cristo viria do grego christos, que é uma tradução da palavra hebraica para "messias", que significa "ungido".
Sua postura fez com que líderes religiosos judeus se revoltassem contra o seu poder crescente, e passarem a desejar a sua morte. Por volta de 30 ou 33 d.C., Jesus foi preso pelos romanos depois que um discípulo, Judas Iscariotes, fez um acordo para entregá-lo ao governo romano por 30 moedas de prata. A traição de Judas finalmente o levou para a crucificação.
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Depois de ser preso, Jesus foi julgado pela acusação de se afirmar como "Rei dos Judeus", o que era punível com a crucificação. Ele teria sido levado até o governador romano Pôncio Pilatos, que cedeu à pressão pública e permitiu que ele fosse condenado.
No dia da crucificação, Jesus estaria vestido com um manto roxo, que é a cor da realeza, e teria sido forçado a usar uma coroa de espinhos enquanto era xingado por seus algozes. Ele foi obrigado a carregar a cruz até o monte Calvário, onde foi colocado ao lado de dois criminosos.
Em seguida, ele foi despido e pendurado na cruz. As escrituras afirmam que os pregos foram fixados no seu pulso e não nas mãos. Jesus então teria dito: "Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem".
Foi deixado então ali para morrer, o que teria levado cerca de seis horas. Em seu último suspiro, Jesus teria dito em voz alta: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Nesse momento, o céu estava escuro. Ao morrer, segundo contam os Evangelhos, a terra começou a tremer, as rochas se partiram, os túmulos se abriram e a cortina do templo rasgou-se no meio.
Segundo relata o site History UK, é possível que tenha ocorrido um abalo sísmico bem na época da crucificação de Jesus. Além disso, há algumas conjecturas sobre a causa da morte de Jesus. Especialistas sugerem que ele pode morrido de uma embolia pulmonar ou de ruptura cardíaca. Há uma teoria ainda que afirma que, ao carregar a cruz, ele pode ter sofrido uma luxação no ombro que causou uma hemorragia fatal.
A crucificação, aliás, era um método de assassinato relativamente comum nessa época. Criada pelos assírios, a prática foi depois adotada na Pérsia e levada aos romanos a partir de Alexandre, o Grande. Os romanos se tornaram grandes praticantes do método, que era usado para repreender os rebeldes e ativistas. A morte de Jesus, portanto, seria apenas mais uma, mas a diferença crucial é o que teria ocorrido depois: sua ressurreição.
Dias depois da sua morte, Maria e Maria Madalena foram ao seu túmulo e encontraram um anjo, que disse que ele não estava ali, pois havia ressuscitado. A notícia se espalhou, e muita gente passou então a acreditar que ele era o messias.
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Inicialmente, as imagens de Jesus morrendo na cruz foram consideradas horríveis, e não foram muito usadas na iconografia cristão. Foi por volta de 400 d.C., com o imperador romano Constantino, que era cristão, que a cruz foi assumida como um grande símbolo do seu triunfo sobre a morte, aparecendo com mais frequência na arte.
Até hoje, a imagem de Jesus na cruz está entre as mais comuns entre os 2,18 bilhões cristãos que existem no mundo.