Mina de diamantes rosas é derivada de primeiro 'supercontinente'

22/09/2023 às 11:002 min de leitura

Localizada no oeste da Austrália, a formação Argyle é fonte de 90% dos diamantes rosas da Terra. Porém, como ela surgiu? Segundo pesquisadores, existe uma grande chance que essa incrível mina tenha sido criada logo após a dissolução do primeiro supercontinente do planeta, chamado de "Nuna".

Essa teoria se dá principalmente porque esse é um local estranho para os diamantes surgirem. Os cristais estão localizados na extremidade de um continente, e não no centro — onde costumamos encontrar a maioria das minas de diamantes no mundo. Quer saber mais sobre essa curiosa história? Fique de olho nos próximos parágrafos!

Diamantes por toda parte

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Uma nova investigação feita por pesquisadores da Curtin University, na Austrália, sugere que a cor estranha e a geologia curiosa dos diamantes rosas provavelmente vêm de uma origem semelhante: as placas tectônicas do planeta há cerca de 1,3 bilhões de anos. Outros estudos no passado também sugerem que esses movimentos continentais em grande escala também são importantes para trazer diamantes de outras cores à superfície. 

“A divisão destes continentes é fundamental para extrair estes diamantes destas profundezas”, declarou o principal autor da investigação, Hugo Olierook, à Nature. Os diamantes rosas, diferente dos diamantes azuis ou amarelos, não obtêm sua cor de impurezas através de nitrogênio e boro. Em contraste, esse cristal é colorido apenas porque a sua estrutura cristalina foi curvada.

A região do Argyle também abriga muitos diamantes marrons, que ganham cor devido a uma deformação ainda maior da estrutura cristalina. Embora a mina de diamantes tenha fechado em 2020, pesquisas da década de 1980 estimaram a idade das rochas ali encontradas em cerca de 1,2 bilhão de anos. Isso coloca a sua origem logo no início da dissolução do supercontinente Nuna. 

Nuna e a formação de diamantes

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Segundo os pesquisadores, tudo começou há cerca de 1,8 bilhão de anos, quando dois pedaços de crosta continental colidiram como parte da formação de Nuna — o que eventualmente se tornaria a formação Argyle. A colisão da crosta provavelmente foi responsável por "dobrar" os diamantes e torná-los rosados, afirma Olierook.

Porém, foi a dissolução de Nuna, 500 milhões de anos depois, que trouxe os diamantes à superfície. O continente não se dividiu bem na região de Argyle, mas o alongamento da faixa de terra provavelmente enfraqueceu a "velha ferida" da colisão continental onde se situa a formação. Esse enfraquecimento, por sua vez, permitiu uma erupção de rochas profundas, carregando os raros diamantes rosas para fora.

"Esse processo de divisão parece funcionar não apenas nas bordas, mas também no meio dos continentes, e talvez seja isso que permite que os diamantes surjam no meio deles na maioria dos casos", explicou o pesquisador. Rastrear os caminhos dessas joias desde as profundezas até a superfície é útil para entendermos como o carbono se comporta no interior do planeta.

Em sua conclusão, Olierook destaca que Argyle é um local bastante único, mas há uma chance de que os diamantes rosa possam ser encontrados em outros lugares da Terra que não foram tão afetados pela dissolução de Nuna como aconteceu nessa região. 

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