Artes/cultura
21/10/2023 às 13:00•2 min de leitura
Em meio a uma vasta gama de materiais, já faz algum tempo que o diamante é considerado o sólido mais duro do mundo. Explicar o porquê disso não é tão difícil assim quanto parece: a sua estrutura tem como base a ligação entre átomos de carbono.
Dispostos num mesmo plano, com ângulo de 109º, a ligação dá forma a um mineral único tanto sob o ponto de vista estrutural quanto do estético, já que o diamante também chama a atenção pelo seu aspecto cristalino e brilhante.
(Fonte: Getty Images)
Classificar um determinado material como mais duro não significa, necessariamente, considerá-lo indestrutível. Isso é algo que vale para o próprio diamante, por exemplo, que é capaz de suportar pressões muito altas, não pode ser dissolvido em água e nem conduz eletricidade, mas pode ser polido, dando vida a joias multifacetadas.
E assim como a maioria dos materiais, ele é suscetível à passagem do tempo. Por outro lado, riscar um diamante é uma tarefa difícil, já que apenas um outro diamante pode conseguir essa proeza. Para ter uma melhor dimensão disso, na escala de Mohs, que quantifica a capacidade de um material riscar outro, o talco aparece com grau 1.
Se nos atentarmos aos materiais com níveis mais altos dentro dessa escala, temos o coríndon, um material cristalino que aparece com grau de dureza 9, e é capaz de riscar o topázio. No entanto, ele não é páreo para o diamante, com grau 10. Não é à toa que os diamantes são utilizados na indústria como poderosas ferramentas de corte.
(Fonte: Getty Images)
Também é importante lembrar que, em meio à busca por materiais ainda mais fortes que o diamante, há um mineral candidato ao posto. A lonsdaleíta figura como uma das opções consideradas. Assim como o diamante, ela apresenta átomos de carbono em sua composição.
Mas, a grande diferença reside no seu formato, uma vez que a ligação apresenta átomos dispostos hexagonalmente. No diamante convencional, ele apresenta uma estrutura cúbica na sua forma cristalizada. A princípio, a lonsdaleíta foi encontrada em quantidade muito reduzida, no interior de meteoritos.
O fato dos seus cristais serem tão duros não passou despercebido — estima-se que a sua superfície seja 58% mais dura que a do diamante. Não é preciso falar que por conta da dificuldade para localizar cristais de lonsdaleíta, ficou evidente o quanto é inviável elegê-la como substituta ao diamante, ao menos por enquanto.
Em entrevista à Live Science, o geoquímico Paul Asimow destacou que, apesar dessa busca por materiais que sejam duros, nem todas as soluções que surgirem serão priorizadas: ao considerar o custo benefício envolvido, os cientistas podem acabar optando por um material que não seja tão duro quanto um diamante, mas que seja mais barato, ou mais facilmente obtido a partir da produção no laboratório.