Quando os continentes mais antigos do Universo, em outros planetas, se formaram?

21/11/2023 às 13:002 min de leitura

Quando surgiram os primeiros exocontinentes do Universo, ou seja, os primeiros continentes em outros planetas além da Terra? Segundo um estudo divulgado na revista Research Notes of the American Astronomical Society, essas primeiras formações podem ser pelo menos 5 bilhões de anos mais velhas do que nosso planeta.

Jane Greaves, professora de Astronomia na Universidade de Cardiff, no País de Gales, foi a responsável por essa pesquisa cujo intuito foi entender a formação de exocontinentes em planetas semelhantes à Terra. Neste levantamento, ela descobriu dois estruturas dessas que podem ser bilhões de anos mais velhos que o nosso mundo.

Continentes são importantes para a manutenção da vida e da temperatura de um planeta. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Continentes são importantes para a manutenção da vida e da temperatura de um planeta. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A importância dos continentes

Em sua hipótese, a pesquisadora ressalta que os continentes são peças fundamentais para manter uma grande biomassa, seja na Terra ou nesses possíveis mundos rochosos. Em nosso planeta, por exemplo, eles flutuam sobre um manto viscoso e o calor do núcleo evita que esse manto acabe se solidificando, o que seria prejudicial para os nossos continentes.

Outro ponto importante sobre os continentes é que eles não apenas são importantes para que a vida possa surgir e se desenvolver, mas também para regular as temperaturas no planeta. Por conta disso, Greaves defende que eles são importantes para a formação da vida.

Com isso em mente, ela aponta em seu estudo que sistemas mais antigos que a Terra podem abrigar formas de vida graças à formação desses continentes. Para isso, é preciso que o núcleo de um planeta seja capaz de produzir calor suficiente para ocasionar a formação de placas tectônicas.

Vale mencionar que, no caso da Terra, é a formação dessas placas tectônicas que ajuda a liberar calor do núcleo, onde podemos encontrar os isótopos radioativos de urânio 238, tório 232 e potássio 40. Um dado importante é que esses materiais possuem formação advinda da mesma nebulosa solar que forma suas estrelas.

Placas tectônicas também auxiliam na formação de continentes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Placas tectônicas também auxiliam na formação de continentes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)


Importância dos eventos cósmicos

Ainda falando sobre os elementos radioativos, eles acabam se formando por conta de alguns eventos cósmicos, como explosões de supernovas e colisões de formações conhecidas como estrelas neutras. Neste caso, tais elementos podem ser detectados nas extensões de luz que uma estrela emite.

Para estimar quando um planeta rochoso ao redor dessas estrelas foram capazes de fazer placas tectônicas emergirem, Greaves utilizou urânio 238 e potássio presente nestes corpos celestes, além da idade das estrelas conforme mensurado pelo satélite Gaia.

Com isso em mente, a pesquisadora descobriu que os planetas de duas estrelas que são pouco menores que o nosso Sol (HD 76932 e HD 201891, localizadas a 70 e 100 anos-luz, respectivamente), foram os primeiros a formar continentes a 5 bilhões de anos.

Por fim, Greaves conclui dizendo que “as perspectivas parecem muito promissoras para encontrar exoplanetas rochosos com continentes, dado que estrelas próximas semelhantes ao Sol já produziram alguns candidatos a hospedeiros”. Esse achado se torna ainda mais especial quando nos lembramos que estamos a 17 anos do lançamento do futuro Observatório de Mundos Habitáveis pela NASA.

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