Primeiro transplante parcial de coração em bebê segue crescendo com ele um ano depois

08/01/2024 às 09:302 min de leitura

Um bebê se tornou o primeiro receptor de transplante parcial de coração do mundo em 2022. Agora, mais de um ano depois, os tecidos transplantados da criança continuam apresentando excelente função e estão crescendo junto com o seu corpo, relatam os médicos.

Em comunicado oficial, o chefe de cirurgia cardíaca pediátrica do Duke Children's Hospital & Health Center em Durham, Joseph Turek, destacou que o caso é a prova de que esse tipo de tecnologia realmente funciona e poderá ser usada por outras crianças no futuro.

Caso histórico

(Fonte: Duke Health/Divulgação)(Fonte: Duke Health/Divulgação)

Owen Monroe, a criança que recebeu o transplante, passou pelo procedimento inovador na primavera de 2022, quando tinha apenas 18 dias de idade. Antes do seu nascimento, ele foi diagnosticado com uma malformação cardíaca em que existe apenas um grande vaso sanguíneo para transportar o sangue para fora do coração — em vez dos dois menores que normalmente são encontrados nos corações humanos.

O fato de ter apenas um vaso de saída aumenta a quantidade de sangue despejado nos pulmões, dificultando a respiração. Isso também reduz a quantidade de sangue que flui para o resto do corpo. Agravando o problema ainda mais, o único vaso sanguíneo de saída de Owen também estava vazando.

O tratamento da malformação exigia um transplante completo de coração, o que pode exigir muito tempo de espera até conseguir um órgão doador, ou um transplante de implantes de válvulas cardíacas que não cresceriam com o corpo do bebê. Esses implantes, normalmente retirados de doadores falecidos, precisam ser substituídos com frequência e cada cirurgia subsequente colocaria a vida da criança em risco.

Diante dessas escolhas, os médicos e os pais de Owen optaram por uma terceira opção de tratamento que até então só havia sido testada em porcos: o transplante parcial de coração. Segundo os relatos de Turek e seus colegas, até agora essa decisão deu muito certo e tem demonstrado resultados cada vez mais positivos.

Pioneirismo cirúrgico

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

As válvulas e artérias usadas no transplante parcial de coração de Owen vieram de uma menina de dois dias que morreu logo após um parto complicado e cujo coração foi doado imediatamente após a morte. Os músculos cardíacos da doadora não eram saudáveis o suficiente para a realização de um transplante completo, mas ela tinha "válvulas de saída estruturalmente normais com excelente função", observaram os autores do estudo.

Esses tecidos cardíacos ainda vivos foram transplantados para Owen em um procedimento de oito horas. Ele recebeu alta hospitalar 30 dias depois da cirurgia, precisando de uma dose menor de medicamentos imunossupressores do que o normalmente necessário para transplantes de coração inteiros. “Pacientes normais de transplante de coração recorrem a dois agentes para lidar com seus problemas de rejeição”, disse Turek em entrevista à CNN.

Desde o procedimento, as válvulas transplantadas de Owen aumentaram de tamanho junto ao resto do coração, e seu funcionamento tem sido excelente. A criança em crescimento tem atingido todos os seus marcos de desenvolvimento, como engatinhar, ficar em pé, procurar objetos e começar a emitir sons. Desde 2022, 13 transplantes parciais de coração adicionais, como o de Owen, já foram realizados em quatro centros médicos ao redor do mundo.

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