Ciência
09/01/2024 às 12:00•2 min de leitura
Pessoas que se dedicam à detecção de metais fizeram recentemente uma descoberta notável no condado de Norfolk, na região leste da Inglaterra: um pequeno artefato de prata dourada que, apesar do seu tamanho reduzido (apenas 19,4 mm de diâmetro). Ele tem chamado a atenção de historiadores e museólogos do país por conta de seu design sofisticado e composição única.
Datado do final do século VIII ou início do século IX, ele pertence ao período anglo-saxão, quando os povos germânicos migraram para as Ilhas Britânicas. O objeto foi considerado “completamente diferente” de qualquer outro já encontrado na região, segundo a historiadora Helen Geake, oficial de ligação do Esquema de Antiguidades Portáteis, que cataloga e preserva artefatos históricos descobertos por não profissionais.
“É tão pequeno e ainda assim foi criado com tanto cuidado quanto algo como uma bíblia ou uma joia”, afirmou a especialista. Segundo Geake, embora alguns objetos semelhantes já tenham sido encontrados anteriormente, ninguém sabe até agora para que esse tipo de artefato serve ou o que é realmente.
(Fonte: Jason Gibbons/Conselho do Condado de Norfolk)
Encontrado perto da vila de Langham, o estranho objeto lembra um minúsculo boné amassado. Mas é ricamente adornado com padrões táteis e a imagem de uma animal, que se parece com um cavalo. Com base nesse intrincado design, Geake deduz que se tratava de um artesão “multitalentoso que fazia muitas coisas diferentes”.
O animal que domina a composição do objeto é sutilmente pintado no topo e delineado em ouro em um tom marrom escuro, com linhas escuras e onduladas desenhadas sobre o corpo. Embora mostrado de perfil, o rosto exibe um olho. O artista deve ter misturado mercúrio espanhol com ouro em pó para criar esse tom escuro de dourado, infere Geake.
Conforme a funcionária pública, esse padrão é bem parecido com o das tintas usadas nas iluminuras, livros manuscritos feitos por copistas habilidosos, e iluminadores, artistas especializados em decorar ricamente as páginas com metais e desenhos coloridos — executados na mesma época.
(Fonte: Andrew Williams/Conselho do Condado de Norfolk)
Os materiais caros e a habilidade artesanal minuciosa dessa pequena obra de arte levam a crer que o artefato era um pequeno tesouro, talvez servindo a um propósito pessoal ou religioso significativo, escreve o colunista Craig Simpson, do The Telegraph. Geake sugere que ele talvez tenha sido um elemento decorativo incrustado na ponta do bastão de uma autoridade.
Em 2022, Norfolk se tornou o condado com o maior número de descobertas de tesouros do Reino Unido. Mas a singularidade desse objeto específico despertou o interesse do Museu do Castelo de Norwich, na mesma região administrativa, que deseja adquiri-lo.