Descoberta de cidade destruída da Bíblia é confirmada usando o campo magnético da Terra

12/01/2024 às 08:002 min de leitura

Um novo método científico baseado na medição do campo magnético da Terra permitiu que cientistas de quatro universidades israelitas comprovassem um famoso evento bíblico: a destruição da cidade filisteia de Gate pelo rei sírio Hazel, conforme descrito no Segundo Livro dos Reis, no Antigo Testamento.

Descrita em um estudo publicado na revista PLOS ONE, a nova técnica detecta campos magnéticos antigos em tijolos queimados. Além de confirmar que um edifício na área analisada foi realmente arrasado pelo fogo, a pesquisa também resolveu uma antiga polêmica sobre se os habitantes bíblicos do Levante detinham ou não a tecnologia para queimar tijolos de argila no forno. 

Para testar suas hipóteses, os autores implementaram o método de desmagnetização térmica em materiais queimados de uma estrutura datada da Idade do Ferro em Tell es-Safi, um sítio arqueológico do sul de Israel, normalmente identificado como a antiga cidade de Gate. 

Como funciona o método de medição com base no campo magnético?

(Fonte: Yoav Vaknin/Reprodução)(Fonte: Yoav Vaknin/Reprodução)

De acordo com o primeiro autor do estudo, Yoav Vaknin, da Universidade de Tel Aviv, “a argila com a qual os tijolos foram feitos contém milhões de partículas ferromagnéticas — minerais com propriedades magnéticas que se comportam como minúsculas ‘bússolas’ ou ímãs”. O aquecimento a partir de 200 °C, característicos de um incêndio, libera sinais dessas partículas magnéticas, que se alinham ao campo magnético da Terra. 

Isso significa que, diferentemente da argila seca ao sol, um tijolo cozido “atinge um campo magnético forte e uniformemente orientado, que pode ser medido com um magnetômetro", conclui Vaknin no comunicado. Essa informação mostra que o tijolo foi, de fato, queimado.

Logo, se a parede fosse destruída em um incêndio, todos os seus tijolos teriam registrado a direção do campo magnético da Terra na hora e lugar exatos daquele evento. Naturalmente, tijolos cozidos também captariam esse campo magnético assim que queimados. Porém, como teriam sido colocados na parede em orientações aleatória, apontariam campos magnéticos em diversas direções.

Testando a desmagnetização térmica

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Para saber se os campos dos tijolos pesquisados estavam alinhados, os autores utilizaram a desmagnetização térmica, técnica que consiste em aquecer a argila em um forno especial que neutraliza o campo magnético da Terra. Nesse processo, a desmagnetização ocorre quando o material atinge a temperatura original em que foi magnetizado.

Segundo Valnin, o método mostrou que "os tijolos queimaram e esfriaram no local, exatamente onde foram encontrados, ou seja, em um incêndio na própria estrutura, que desabou em poucas horas”. Se eles tivessem sido queimados em forno e depois assentados na parede, as suas orientações magnéticas seriam aleatórias, conclui.

Por analogia, a descoberta também mostrou que os tijolos foram secos ao sol, e não em forno, um indicativo exato de que esta tecnologia ainda não existia nos tempos dos reis de Judá e Israel, explica o professor da Universidade de Tel Aviv, Erez Ben-Yosef, coautor do estudo.

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