Saúde/bem-estar
20/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
Um estudo publicado recentemente no periódico internacional Behavioral Sciences revelou o que muita gente já deve ter sentido ao menos uma vez: se apaixonar mexe com o cérebro. Ao que tudo indica, há uma sinergia entre mudanças químicas e comportamentais que faz com que a pessoa amada passe a ocupar um lugar de destaque no cérebro – daí a razão de não conseguir parar de pensar em alguém.
Quem comprovou isso foram pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Camberra. A ciência sempre soube que a mente humana fica “confusa” quando uma pessoa cai de amores por outra. Porém, a pesquisa feita com 1.556 jovens adultos – todos eles atualmente com o status de apaixonados – ajudou a clarear as coisas.
Os participantes foram convidados a responder a uma série de perguntas para que os cientistas analisassem sentimentos e comportamentos envolvendo o ente querido. Em uma segunda etapa, o estudo se aprofundou em um tópico: a intensidade do amor e do interesse amoroso em relacionamentos relativamente novos. Por este motivo, prosseguiram para ela com apenas 812 jovens, que se diziam apaixonados há menos de dois anos.
A combinação entre ocitocina e dopamina é a responsável por transformar o cérebro quando nos apaixonamos. (Fonte: Getty Images)
Uma das principais metas dos pesquisadores era descobrir se o sistema de ativação comportamental – BAS, na sigla em inglês – desempenha algum papel quando se fala em amor romântico. Em linhas gerais, o BAS é um mecanismo neurológico que motiva determinados comportamentos a fim de obter algum tipo de recompensa.
A conclusão foi a de que, quando existe o interesse amoroso em alguém, as engrenagens cerebrais mudam temporariamente e tornam esse alguém o centro de todos os pensamentos. Ou seja: de fato, apaixonar-se mexe com o cérebro, mesmo que não seja uma mudança definitiva. Sendo assim, talvez não seja a melhor ocasião para se tomar grandes decisões financeiras, por exemplo, já que a mente está focada em outra coisa.
Esse cenário pode ser um reflexo da presença de alguns hormônios. A ocitocina, já velha conhecida dos cientistas por ser o “hormônio do amor”, é um deles, circulando abundantemente pela corrente sanguínea sempre que uma pessoa querida está por perto.
A novidade, contudo, fica por conta da combinação entre ocitocina e dopamina, que se mostrou a responsável por nos fazer pensar o tempo todo na pessoa amada e por alterar o nosso foco. De modo simples, a dopamina é um neurotransmissor muito associado à sensação de prazer e uma substância química que o cérebro esbanja quando sentimos o amor romântico.