Artes/cultura
21/02/2024 às 03:15•2 min de leitura
No universo da pesquisa médica, surgiu uma descoberta surpreendente: homens que utilizam medicamentos para tratar a disfunção erétil, como o Viagra, apresentam um risco 18% menor de desenvolver a doença de Alzheimer.
Esse achado, proveniente de um estudo realizado pela University College London (UCL), adiciona uma nova perspectiva ao papel dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5I) não apenas na saúde sexual, mas também na preservação cognitiva.
(Fonte: Getty Images)
O estudo envolveu uma impressionante amostra de 269.725 participantes com idade média de 59 anos, diagnosticados recentemente com disfunção erétil. Eles foram divididos em dois grupos: aqueles que receberam prescrição de medicamentos para disfunção erétil (55%) e os que não foram tratados desta forma (45%).
Para análise, os pesquisadores utilizaram a medida de "pessoas-ano" ao avaliar a incidência de casos de Alzheimer, ajustando-a tanto para o número de participantes quanto para a duração do acompanhamento ao longo do estudo.
Os resultados revelaram que os participantes medicados tinham uma prevalência significativamente menor de Alzheimer. Mesmo após ajustes para variáveis, como idade, tabagismo e consumo de álcool, a taxa de Alzheimer foi de 8,1 casos a cada 10.000 pessoas-ano para o grupo medicado, em comparação com 9,7 casos para 10.000 pessoas-ano no grupo não medicado.
Uma análise mais detalhada revelou que a redução do risco estava mais pronunciada entre os homens que receberam 20 ou mais prescrições durante o período do estudo. Além disso, os resultados sugeriram que os medicamentos tiveram um efeito protetor mais robusto em homens com 70 anos ou mais em comparação com aqueles mais jovens. Esses dados destacam a importância da frequência e da faixa etária na eficácia percebida dos medicamentos para disfunção erétil na prevenção do Alzheimer.
(Fonte: Getty Images)
O estudo aponta para os PDE5I como possíveis agentes preventivos da doença de Alzheimer, sugerindo que a dilatação dos vasos sanguíneos podem aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro, evitando potencialmente o acúmulo de proteínas tóxicas associadas à doença.
Além disso, pesquisas anteriores com animais indicam que esses medicamentos podem aumentar o neurotransmissor acetilcolina, fundamental para funções cognitivas. No entanto, os pesquisadores destacam que este estudo é um ponto de partida e insistem na necessidade de mais investigações clínicas para entender completamente os mecanismos e benefícios potenciais dos PDE5Is no cérebro.
Em um cenário de avanços constantes na busca por tratamentos para a doença de Alzheimer, a associação entre medicamentos para disfunção erétil e um menor risco da doença oferece uma perspectiva intrigante.