Artes/cultura
21/02/2024 às 07:40•2 min de leitura
Em questão de semanas, a região ao redor da cidade islandesa de Grindavik passou de uma atividade sísmica regular para três erupções vulcânicas. Por conta dessa instabilidade, a cidade já havia sido evacuada em novembro de 2023, à medida que os terremotos aumentavam em número e intensidade.
Os cientistas também notaram que um enorme dique de magma estava se formando no subsolo com 15 km de extensão, rachando o solo sob a cidade e ameaçando até a famosa Lagoa Azul, um spa geotérmico ao ar livre e importante destino turístico da região. De acordo com os pesquisadores, o fluo de magma dentro do dique atingiu as velocidades mais rápidas já vistas no mundo para esse tipo de fenômeno.
(Fonte: Guarda Costeira da Islândia/REUTERS/Reprodução)
Os investigadores estimaram que o vazamento de magma visto na região de Grindavik era de 7,4 mil km³/s. Esses números representam três piscinas olímpicas a cada segundo, ou o concreto existente em toda a barragem das Três Gargantas, na China, a cada hora. Essa taxa de fluxo é tão impressionante que nada parecido foi documentado no mundo anteriormente.
Desde 2021, ocorreram três erupções na Península de Reykjanes, onde Grindavik está localizada. A taxa de fluxo de magma para eles foi 30 vezes menor do que a testemunhada desta vez. Desde a primeira erupção em dezembro, os cientistas têm estado preocupados com a possibilidade do novo sistema vulcânico ser maior do que os três anteriores combinados — algo que vem se provando certo.
A erupção de janeiro finalmente atingiu a cidade de Grindavik, que há muito tempo já havia sido evacuada. Já a erupção do dia 8 de fevereiro, que se iniciou às 5h30, aconteceu num local semelhante à erupção do dia 18 de dezembro, sendo mais distante de Grindavik.
(Fonte: Getty Images)
Segundo os dados obtidos pelos pesquisadores, as fontes de lava na Islândia tinham de 50 a 80 metros de altura, com uma pluma atingindo uma altitude de 3 km. O Escritório Meteorológico da Islândia (IMO) relatou a formação de quedas de piroclasto — um material espumoso que se forma quando a lava esfria rapidamente — em Grindavik.
A atividade da erupção está diminuindo e é comparada com que foi visto em dezembro, afirmam os investigadores. Contudo, a situação ainda é delicada. “Uma pluma escura e conspícua sobe de uma parte da fissura eruptiva. Isto provavelmente se deve à interação do magma com as águas subterrâneas, o que resulta em uma leve atividade explosiva, onde a pluma branca de vapor se mistura com a pluma vulcânica escura”, relatou a equipe da IMO.
Conforme dito pelos cientistas, parece que o piroclasto não viajou para muito longe da fissura eruptiva neste momento inicial e a pluma vulcânica está se dispersando em direção ao sudoeste do país. Apesar da redução do nível de ameaça do sistema vulcânico, as autoridades locais alertam para o risco de novas erupções em um futuro próximo, à medida que a terra continua a subir na área devido a essa acumulação impressionante de magma no subsolo.