Artes/cultura
27/02/2024 às 12:00•2 min de leitura
Nós ainda não temos uma compreensão completa de como os planetas se formaram. Sabe-se que eles têm origem a partir de discos protoplanetários — anéis de poeira e gás que rodeiam as estrelas —, mas como isso acontece continua em debate. A teoria mais comumente aceita é chamada de acreção central, onde as partículas de poeira começam a se unir, formando objetos cada vez maiores até se transformarem em planetas.
Agora, uma nova hipótese vem sendo testada. Chamada de instabilidade do disco, ela ocorre muito mais rapidamente, quando o disco se esfria e colapsa em pedaços que depois se transformam em planetas que são, inicialmente, achatados. Na prática, essa hipótese sugere que a Terra pode já ter sido plana, mas apenas por um tempo e há bilhões de anos.
Imagens simuladas de um protoplaneta "plano" mostrado de cima (esquerda) e de lado (direita). (Fonte: UCLan)
Um estudo recente liderado por cientistas da Universidade de Central Lancashire (UCLan) sugere que planetas recém-formados podem assumir uma forma mais plana antes de adquirirem o seu formato esférico. Utilizando simulações em um supercomputador, a equipe explorou um aspecto negligenciado da formação planetária: a forma dos planetas em desenvolvimento.
Enquanto a teoria predominante sugere que os planetas se formam gradualmente, a partir da agregação de partículas de poeira, um modelo alternativo, chamado de instabilidade do disco, propõe que os planetas possam se formar rapidamente quando o disco protoplanetário se torna instável e colapsa em aglomerados que eventualmente se tornam planetas.
O que as simulações da equipe da UCLan revelaram, é que os planetas jovens formados através da instabilidade do disco não assumem inicialmente uma forma esférica, mas sim uma forma achatada chamada esferoide oblato.
(Fonte: GettyImages)
A descoberta da forma achatada dos planetas jovens tem implicações profundas para a compreensão da formação planetária. Esta observação desafia a visão convencional de que os planetas começam sua vida com uma forma esférica. Além disso, sugere que o modelo da instabilidade do disco pode ser mais relevante do que se pensava anteriormente na explicação da formação planetária.
As próximas etapas desta pesquisa envolvem aprimorar os modelos computacionais para examinar como a forma dos planetas é influenciada pelo ambiente em que se formam. Além disso, os cientistas planejam comparar suas descobertas com observações futuras do Telescópio Espacial James Webb e com dados obtidos por instalações de observação avançadas.
Para a equipe por trás da pesquisa, essas descobertas não apenas fornecem uma nova perspectiva sobre a formação planetária, mas também destacam a importância de observações detalhadas e simulações precisas para avançar nosso entendimento do universo e dos processos fundamentais que moldam os corpos celestes que o povoam.