Conheça a enzima que pode revolucionar as transfusões de sangue

09/05/2015 às 06:402 min de leitura

Atualmente, as transfusões de sangue têm uma série de limitações de acordo com o tipo sanguíneo e o fator Rh (positivo ou negativo) de cada pessoa. Indivíduos do grupo O- podem doar para qualquer um, porém, só podem receber sangue que seja também O-.

Por conta disso, o tipo O com Rh negativo é sempre o mais buscado em bancos de sangue e costuma ter um estoque baixo justamente pela alta demanda e pouca oferta. O tempo necessário para encontrar um doador compatível pode custar a vida do paciente.

Para piorar, receber uma transfusão errada, seja por erro de identificação do paciente ou por um engano com a bolsa de sangue, pode causar febre, pressão baixa, taquicardia, dor no peito ou nas costas e, em casos mais graves, insuficiência renal e até a morte.

Sangue genérico

Pensando nessas limitações e possíveis complicações, médicos vêm tentando utilizar diferentes enzimas para tirar antígenos de tipos sanguíneos específicos para criar uma espécie de sangue genérico, similar ao tipo O-, para ser utilizado em qualquer paciente.

Até o momento, a maioria dos testes realizados para completar o processo haviam sido pouco eficazes por necessitarem de uma grande quantidade de enzimas e por não removerem todas as substâncias que determinam o tipo sanguíneo.

Entretanto, isso parece estar prestes a mudar. Um grupo de pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, está trabalhando em uma enzima “mutante” para transformar o sangue e fazer com que qualquer tipo possa ser repassado para qualquer indivíduo sem efeitos colaterais.

Mutantes

O grupo de pesquisadores conseguiu o efeito inserindo mutações no código genético de bactérias que produzem as enzimas e selecionando aquelas que eram mais eficazes no processo de eliminar os antígenos A- e B- do sangue. O resultado foi uma enzima que era 170 vezes mais eficiente que as originais e que conseguia remover a maior parte dos antígenos do sangue.

Porém, antes que o sangue genérico possa ser utilizado em humanos, os cientistas ainda precisam descobrir uma maneira de remover absolutamente todos os antígenos dele. Mesmo uma quantidade pequena de moléculas incompatíveis ainda pode causar efeitos colaterais severos nos pacientes.

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