
Estilo de vida
17/03/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 17/03/2024 às 16:00
Um peixe minúsculo, que não ultrapassa 1,35 cm de comprimento, é capaz de produzir um som de vocalização mais alto do que o ruído durante a decolagem de um jato a 100 metros de distância, afirma um estudo recente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Classificado cientificamente em 2021, o chamado Danionella cerebrum é uma espécie de peixe-zebra encontrado em riachos turvos de regiões de baixa altitude na cordilheira Bago Yoma, em Mianmar. Enquanto o primeiro nome refere-se ao gênero do animal, o segundo foi atribuído por se tratar de vertebrado com o menor cérebro conhecido.
Para o coautor do estudo, Ralf Britz, ictiólogo das Coleções de História Natural de Senckenberg, na Alemanha, embora os peixes sejam considerados um dos membros mais silenciosos do reino animal, "este minúsculo peixe pode produzir sons de mais de 140 decibéis a uma distância de 10 a 12 milímetros". Tentar entender como ele consegue fazer isso foi o principal objetivo da pesquisa.
De acordo com o estudo, as impressionantes vocalizações do D. cerebrum são produzidas em aparelhos naturais geradores de som que os auxiliam na comunicação dentro das águas lamacentas dos córregos.
Para conseguir observar como o pequeno peixe faz tanto barulho, a equipe internacional de autores gravou vídeos em alta velocidade de grupos dessas carpas para entender o funcionamento do músculo especializado na tarefa de produzir som. Ele é composto de uma cartilagem de tambor, uma costela especializada e outros músculos resistentes à fadiga.
Durante o processo, o peixe bate a cartilagem do tambor contra sua bexiga natatória, produzindo pulsos rápidos em altas e baixas frequências. Os de alta frequência são resultados da compressão alternada das bexigas natatórias direita e esquerda. Quanto aos pulsos de baixa frequência, eles são resultados de contrações laterais de um único lado do corpo executadas repetidamente — ação não conhecida em nenhum outro tipo de peixe, segundo o estudo.
A equipe atribui o desenvolvimento sofisticado desse órgão especializado à competição entre machos D. cerebrum. Entender como essa adaptação se desenvolveu está ajudando os cientistas a compreender melhor o funcionamento de inúmeros mecanismos de propulsão de diferentes espécies.
Por ser transparente, o peixe-zebra assume uma importância especial nesse tipo de estudo, pois seus corpos translúcidos podem funcionar como organismos modelo em pesquisas biomédicas. No caso específico do D. cerebrum, novos estudos deverão ser realizados para "aprender como o seu mecanismo de produção de som difere, e como essas diferenças se relacionam com a adaptação evolutiva", conclui o artigo.
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