Artes/cultura
28/04/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 28/04/2024 às 18:00
Popularmente conhecida como "rainha dos Andes", a Puya raimondii é uma espécie de planta fascinante que existe nas altas elevações das cordilheiras da América do Sul. Com suas impressionantes flores e características notáveis, ela cativa a imaginação de botânicos, amantes da natureza e viajantes exploradores.
Nativa das regiões montanhosas do Peru e da Bolívia, essa planta se adaptou aos ambientes extremos e desafiadores das altas altitudes. Além disso, sua característica mais marcante é que pode atingir até 12 metros de altura — o que a torna uma das maiores plantas floríferas do mundo. Contudo, vê-las florir não é uma tarefa fácil, já que esse processo só acontece uma vez a cada 80 a 100 anos.
As P. raimondii pertencem às bromélias, uma família de plantas que inclui o abacaxi. Embora ela também possua algumas das mesmas características pontiagudas, ela é uma planta muito mais alta do que seus familiares. Por chegar até os 12 metros de altura, tornou-se a maior bromélia do mundo inteiro.
Essa espécie foi descrita pela primeira vez pelo naturalista francês Alcide d'Orbigny em 1830, sendo oficialmente classificada em 1874. O que muitas pessoas não sabem, no entanto, é que quase metade da população de P. raimondii pode ser encontrada em um único lugar: a Área de Conservação Regional Titankayocc, no Peru, que se acredita abrigar florestas com mais de 450 mil dessas plantas.
Mas, o que faz delas realmente especiais? Além da altura imponente, pesquisadores suspeitam que essas plantas possam ser "protocarnívoras" — que capturam e matam pequenos animais, mas sem os digerir. Por fim, seu ciclo de floração é um caso a parte na natureza.
O verdadeiro espetáculo da P. raimondii certamente é sua extraordinária capacidade de florir. O ciclo de floração dessas plantas ocorre apenas uma vez a cada 80 a 100 anos. De acordo com estudos prévios, esse intervalo excepcionalmente longo entre as florações provavelmente é uma adaptação evolutiva que lhe permite maximizar suas chances de reprodução em um ambiente hostil e imprevisível.
Quando finalmente chega o momento da floração, elas produzem ramos floridos que podem medir até 3 metros. Em seguida, milhares de pequenas flores brancas ou esverdeadas se agrupam nessa estrutura cilíndrica densa, criando um espetáculo visual deslumbrante no ambiente árido e rochoso das montanhas.
A beleza estonteante destas plantas atrai uma variedade de polinizadores, como pássaros, insetos e até mesmo alguns mamíferos. À medida que esses animais polinizadores visitam as flores, eles ajudam na transferência do pólen e facilitam o processo de reprodução delas.
Porém, apesar da sua importância ecológica e cultural, a P. raimondii enfrenta sérias ameaças em seu habitat natural. A degradação ambiental, as mudanças climáticas e a exploração humana representam desafios marcantes para a sobrevivência dessa espécie única. Como resultado, esforços de conservação estão em andamento para salvar as populações remanescentes da "rainha dos Andes".