Qual é a origem do conhecimento de anatomia dos povos antigos?

24/05/2024 às 08:002 min de leituraAtualizado em 24/05/2024 às 08:00

Já parou para pensar de onde vem o nosso conhecimento sobre a anatomia humana? Pois um novo estudo sobre o tema foi publicado recentemente e traz algumas sugestões bastante interessantes sobre as formas como nossos antepassados podem ter aprendido sobre o que tem dentro do corpo humano e até mesmo de animais.

Encabeçada pelo estudante de PhD em neuroanatomia Grzegorz Wysiadecki, a pesquisa foi publicada na edição n.º 35 do periódico Translational Research in Anatomy e traz algumas considerações bastante interessantes. Por exemplo, o texto sugere que povos antigos teriam aprendido sobre anatomia ao realizar rituais ou preparar corpos para o pós-vida, entre outros.

Como povos antigos aprenderam sobre anatomia?

"Anatomia é uma das mais antigas disciplinas da medicina", afirma o grupo liderado por Wysiadecki, que faz parte do laboratório de neuroanatomia da Universidade de Lódz, na Polônia. "Conhecimento sobre a estrutura e funções do corpo humano foi adquirido gradualmente, até mesmo de forma trabalhosa, ao longo dos séculos", conclui.

Civilizações antigas foram gradualmente adquirindo informações sobre o funcionamento do corpo humano (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Civilizações antigas foram gradualmente adquirindo informações sobre o funcionamento do corpo humano (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No texto, o time de Wysiadecki sugere cinco ocasiões nas quais a raça humana pode ter aprendido bastante sobre o funcionamento do corpo humano e até mesmo de alguns animais na antiguidade.

Segundo o texto, nossos antepassados teriam obtido compreensão sobre o tema ao preparar corpos de animais para se alimentarem; ao usar entranhas de animais em rituais; ao sacrificar animais em cerimônias religiosas; embalsamando corpos no preparo de múmias para o pós-vida; e observando ferimentos graves em outros humanos.

A observação de ferimentos teria sido uma das principais formas de aprendizado sobre anatomia na antiguidade (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A observação de ferimentos teria sido uma das principais formas de aprendizado sobre anatomia na antiguidade (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No caso dos animais, tanto o uso em sacrifícios religiosos quanto no preparo de alimentos dispensam quaisquer aprofundamentos. Já sobre a utilização de corpos de animais em rituais, os pesquisadores sugerem que os barus, líderes religiosos babilônios, acreditavam que poderiam encontrar pistas sobre sabedoria divina escondidas dentro dos animais. Segundo os autores, este seria um dos primeiros exemplos de anatomia comparada da história.

Compreensão do corpo humano

A pesquisa publicada pelo time de Grzegorz Wysiadecki traz duas possibilidades bastante interessantes sobre como nossos antepassados teriam absorvido tanto saber sobre anatomia humana. A primeira delas se daria pelo simples fato de que corpos humanos eram abertos, desentranhados, limpos e embalsamados no preparo das múmias para sua "vida" no além. Ao tirar as entranhas dos corpos, com o passar do tempo este costume se converteu em conhecimento sobre os órgãos internos, seus formatos e localizações.

A mumificação de corpos também teria contribuído para o conhecimento do corpo humano pelos povos antigos (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A mumificação de corpos também teria contribuído para o conhecimento do corpo humano pelos povos antigos (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Por fim, em relação à observação de ferimentos graves, os pesquisadores citam um papiro de Smith, escrito no Século XVII a.C., que cita 48 casos médicos como cortes e lesões no pescoço, clavícula, espinha dorsal e cabeça, entre outros. Um dos exemplos mais interessantes é a menção ao cérebro, fazendo com que o papiro seja o primeiro texto médico a falar sobre o tema, além de descrever ainda o líquido cefalorraquidiano.

Além de Wysiadecki, Ivan Varga, Ilona Klejbor, Krzysztof Balawender, Sanjib Kumar Ghosh, Edward Clarke, Malgorzata Mazur, Andrzej Dubrowski, Michal Bonczar, Patryk Ostrowski, Stanislaw Orkisz e Andrzej Zytkowski também assinam a pesquisa.

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