Mistérios
03/04/2018 às 02:00•5 min de leitura
A vida na natureza está retratada de diversas maneiras em produções do cinema e da televisão mundial. Humanos que precisam sobreviver em locais selvagens, sozinhos ou em grupos, se alimentando e se reinventando para se abrigarem dos perigos que esses locais podem proporcionar, podem ser vistos em diversas séries e filmes.
A temática de sobrevivência na mata ou perdido em uma ilha é tão explorada que, muitas vezes, faz as pessoas acreditarem que não seria difícil viver nessas condições. Alguns se arriscam por livre espontânea vontade, como publicamos aqui no Mega, na matéria sobre a empresa que oferece turismo de náufrago em ilhas desertas. Mas será mesmo que a sobrevivência em ambientes hostis ou desertos seria tão fácil?
Bem, certamente uma das principais preocupações seria a alimentação. Mas não por simplesmente ter que achar o que comer, mas sim por ter que cuidar com o que não se pode consumir. Pelo menos é isso que sugere uma lista, publicada pelo site How Stuff Works, que traz as 10 coisas que você nunca deveria comer na natureza e que nós apresentamos a seguir. Confira:
Quem leu este item e não se lembrou do champignon, ingrediente de pizzas e estrogonofes nos mais variados restaurantes do mundo? Existem muitas espécies de fungos desse tipo que podem ser consumidos, mas também há dezenas de cogumelos venenosos espalhados por aí. Um deles, o verde-spored Lepiota, inclusive, quando na fase jovem, é muito parecido com o champignon, o que faz dele o tipo venenoso mais ingerido na América do Norte. Ou seja, se for para comer os cogumelos, melhor deixar para comprá-los no supermercado e evitar problemas com eles na natureza.
Não é de se comer, mas o princípio de perigo de ingestão é quase o mesmo. O ideal para matar a sede em qualquer lugar é que você consuma água cuja procedência seja conhecida, ou seja, aquela que você leva de casa é sempre a melhor opção. Entretanto, em um ambiente selvagem, nem sempre você terá acesso a uma garrafinha de água mineral ou à corrente de uma torneira, então a melhor dica a seguir é não consumir água de lagos, pântanos ou qualquer lugar em que ela esteja parada. Águas correntes, de rios por exemplo, têm menos risco de estar contaminadas, principalmente por insetos.
Essa dica, para quem mora no Brasil, pode ser evidente, já que um dos maiores problemas de saúde pública que temos é a dengue. Entretanto, outras doenças também podem ter foco em águas paradas, como a malária e a Febre do Nilo Ocidental.
Não é só ao comer essa planta que você vai ter problemas. Na verdade, o ideal é tentar ficar longe da hera venenosa, pois ela produz um óleo que irrita a pele, causando erupções cutâneas severas e que podem permanecer por um período mais longo de tempo. Se isso acontece só de tocá-la, imagine se você a comer? Pois bem, teve gente que já fez essa proeza acreditando que seria a saída para criar resistência a essa planta.
É isso mesmo: as pessoas acreditavam nisso, e um estudo foi realizado em 1987. Infelizmente, os resultados foram negativos e mostraram que, ao ingerir hera venenosa, você pode desenvolver uma séria irritação na boca, na garganta e no revestimento intestinal. E isso tudo pode te levar a ter desde náusea e vômito até febre ou morte.
Calma. Por mais que se pareça com aqueles tomatinhos tipo cereja, aparente ser suculenta e apetitosa, essa fruta aí pode te causar algumas coisas bem desagradáveis, como dores abdominais e dificuldades respiratórias. A urtiga-cavalo pode ser facilmente confundida porque é da família dos tomates, entretanto ela geralmente é verde ou amarela e não pode ser consumida. Uma curiosidade interessante sobre essa espécie é que durante o inverno a planta morre, mas as frutas continuam aparentemente saudáveis e fortes, podendo ser atrativas aos olhos de um "esfomeado desavisado".
Não se deixe enganar por essa bela planta: tanto as folhas quanto o pólen produzido pela sua flor são altamente tóxicos e podem te causar irritação no estômago e dores abdominais, além de, em um quadro mais grave, taquicardia, convulsões, coma e morte. A substância das flores dos rododendros é tão maléfica que até o mel produzido pelas abelhas a partir desse material pode ser nocivo para os humanos. De acordo com registros históricos, houve um grande caso de intoxicação por mel há mais ou menos 400 anos, quando 10 mil soldados gregos adoeceram por terem consumido o produto feito a partir do néctar de rododendro.
Esse peixe já é um astro aqui no Mega Curioso. Foi o primeiro colocado na lista de 10 peixes que estão destruindo a Terra por nossa culpa. E não bastasse o estrago que faz no ecossistema, ele também pode acabar com você.
O peixe-leão possui espinhos venenosos em sua parte externa. Em certo momento, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos chegou a afirmar que, ao serem retiradas essas pontas com veneno, a carne desse animal seria segura para consumo. Entretanto, a história não é bem assim.
A Food and Drug Administration, órgão dos Estados Unidos para regulamentação de medicamentos e alimentos, analisou 200 unidades dessa espécie em 2010 e verificou que há a presença de altas taxas da toxina responsável pela ciguatera – infecção causada pelo consumo de carnes de peixe. Essa intoxicação pode resultar em sintomas comuns como diarreia, vômito e fadiga, mas também problemas neurológicos, como formigamento das mãos e dos pés, sensação de estar perdendo os dentes e senso de temperatura inversa.
Apesar de bonita, atrativa e possuir um ar de época natalina, essa frutinha tem várias espécies e, sim, é venenosa. Entre os sintomas, há a possibilidade de causar náusea, diarreia, vômito ou até óbito, em casos mais drásticos. No entanto, essa planta tem uma particularidade que é a contradição que envolve as suas folhas.
Ao mesmo tempo que alguns cientistas especializados defendem que o consumo da folha pode causar os mesmos efeitos da fruta, em algumas partes do mundo é comum o uso medicinal dessa iguaria. Alguns povos indígenas utilizam essa parte do azevinho como estimulante para o coração e para induzir o vômito em casos de mal-estar. Além disso, o chá feito a partir das folhas dessa planta é usado para aumentar o fluxo de urina, limpar os intestinos, descongestionar o peito, controlar a pressão alta, diminuir a retenção de água que causa dor nas articulações e até como remédio para a tosse.
Acredite ou não, há comunidades espalhadas ao redor do mundo que costumam consumir a carne de morcego. Ela pode ser uma excelente fonte de proteína, por isso muitos o adicionam em sopas ou a consomem defumada. Mas não é esse o grande problema.
O ato de comer o morcego não é o que representa maior ameaça aos humanos. A grande questão desse costume é o provável contato com o animal que é considerado o mamífero que pode carregar o maior número de vírus na Terra. Assim sendo, o risco de ser mordido durante a caça ou ter contato com os fluídos corporais contaminados fazem com que seja melhor evitar o consumo da carne de morcego.
São muitos os vírus que podem ser disseminados pelos morcegos, incluindo a raiva e o ebola. Aliás, suspeita-se que o surto de ebola ocorrido em 2014 tenha iniciado por meio dos morcegos no leste da África.
A Digitalis purpurea, ou dedaleira, é mais uma das plantas que podem causar os sintomas comuns de intoxicação em caso de ingestão, como vômito, diarreia, entre outros. Além disso, ela pode ocasionar ferimentos na boca, mas a sua principal característica afeta a frequência do coração. Esse ponto faz dessa planta uma importante matéria-prima na indústria medicinal para produzir um medicamento que ajuda no controle dos batimentos cardíacos.
A bela flor da dedaleira pode ter três cores: lilás, branco e rosa. Com as flores dispostas ao redor de um talo central, essa planta pode alcançar até 1 metro de altura.
O nosso primeiro lugar é uma erva que, além de venenosa e aparentemente bela, tem história.
Bem, as substâncias tóxicas estão por toda a estrutura da cicuta e, em especial, nas sementes. Elas podem causar os sintomas comuns a todo tipo de intoxicação por plantas, como náusea, vômito e diarreia, mas também podem atacar o sistema nervoso central e deixar a pessoa em coma.
Em casos mais críticos, ela pode causar a morte, e é por isso que essa planta está na História. Foi com um chá de cicuta que o filósofo grego Sócrates foi sentenciado à morte no ano de 399 a.C.
*Publicado em 6/10/2015