Saúde/bem-estar
09/10/2017 às 12:30•3 min de leitura
Você já ouviu falar sobre Paracelso? Ele foi um médico, alquimista, físico e astrólogo suíço que viveu entre os séculos 15 e 16 e foi o responsável por pavimentar a ponte entre a Medicina e as demais áreas de conhecimento, como a Química, por exemplo, dando origem à Ciência Moderna. No entanto, de acordo com Debra Kelly, do site KnowledgeNuts, apesar de Paracelso ter fundamentado a relação que “casou” as diferentes ciências e mudou o entendimento que se tinha sobre elas, sua história é bem curiosa — uma vez que ele era meio... birutinha.
Filho de um médico pobre, Paracelso nasceu em 1493, e foi batizado com o nome de Theophrastus Phillippus Aureolus Bombastus von Hohenheim. Como a situação da família não era o que podemos chamar de confortável — naquela época, a profissão de médico estava longe de ter o mesmo status que hoje em dia! —, Theo (para abreviar) foi enviado para trabalhar como aprendiz de mineiro quando criança para ajudar no sustento da casa.
Olha o figurão aí! (Wikimedia Commons/Welcome Images)
Mas não pense que essa vida humilde fez dele um homem modesto! Segundo Debra, Theo começou a universidade aos 14 anos de idade e, aos 16, começou a arrumar tretas com os professores por achar que eles não sabiam do que estavam falando. Mesmo assim, ele conseguiu concluir os estudos — e foi durante sua época como universitário que Theo resolveu mudar seu nome para Paracelso.
Apesar de ser um nome muito mais fácil do que Theophrastus, a verdade é que a escolha da nova alcunha não teve muito a ver com o pragmatismo. Inspirado no latim, “Paracelso” significa “melhor do que Celso”, em referência a Aulus Cornelius Celsus, um ilustre enciclopedista e (possível) médico romano do século I. Como dissemos, a modéstia não era o forte do suíço!
De acordo com Debra, depois de se formar, Paracelso viajou pelo Oriente Médio Índia para acumular conhecimento e, quando regressou à Europa — se achando! —, arrumou confusão por quase todas as cidades por onde passou. Para você ter uma ideia, Paracelso entrava em atrito com todo mundo com quem ele discordava e frequentemente ateava fogo nos trabalhos dos profissionais e professores com os quais entrava em conflito.
A humildade não era o seu melhor atributo (Wikimedia Commons/Welcome Images)
Na época, a maioria dos estudiosos mostrava cada vez mais interesse na anatomia humana e em entender como as estruturas e órgãos trabalhavam juntos. Mas não Paracelso! Ele achava que todos estavam enveredando por um caminho sem sentido, já que, em sua opinião, os seres humanos eram feitos com os mesmos elementos que compõem o Universo e, sendo assim, em vez de olhar para “dentro” do organismo, era necessário olhar para “fora”, observar o mundo que nos rodeia e aplicar o conhecimento adquirido para sanar o corpo.
Não é de se estranhar que Paracelso acreditasse que a medicina e a astrologia andavam juntas, e que várias aflições humanas — como a loucura, por exemplo — eram resultado de movimentos e alinhamentos cósmicos. Tudo bem que isso não é lá muito bizarro, visto que ele não foi o único estudioso do que defendeu essa relação entre as duas ciências. Entretanto, o suíço se destacou por outra coisinha também...
Vê se pode... (Wikimedia Commons/Domínio Público)
Paracelso defendia a ideia de que todos os materiais necessários para criar uma nova vida vinham dos pais — e que as mães serviam apenas como meras "incubadoras". Assim, segundo dizia, o birutinha teria criado o que ele chamava de homunculus, que supostamente consistia em um pequeno homem nascido a partir de uma gororoba pra lá de sinistra!
Segundo Paracelso, a tal criatura teria sido produzida a partir de sêmen humano misturado com cocô de cavalo que foi lacrado em um recipiente até apodrecer. Depois, a meleca teria sido alimentada com sangue humano até que o homunculus começou a se mexer sozinho. Pois é... melhor nem imaginar o que devia estar fazendo essa coisa se mover! Mas não vamos só falar mal do homem, né?
Apesar de ser egocêntrico, se achar o máximo e ter algumas ideias meio estranhas, Paracelso defendia que o conhecimento era capaz de libertar o homem de qualquer mal. Ademais, ao contrário de muitos médicos e estudiosos de sua época, ele acreditava que as doenças não eram infecções que afetavam todo o corpo, mas sim problemas que afetavam determinados órgãos ou tecidos do organismo.
Birutinha, mas muito importante (Wikimedia Commons/Domínio Público)
Também na contramão do que se fazia na época, Paracelso empregava substâncias inorgânicas para tratar seus pacientes — para o horror dos demais médicos. De acordo com Debra, antes de Paracelso e suas inovações, a Medicina era uma área do conhecimento completamente separada das demais ciências, e foi seu sucesso em curar ferimentos e outros males com o uso de minerais e compostos químicos que acabou cimentando a relação entre elas e, consequentemente, mudando o mundo.