5 atividades que as mulheres do Afeganistão não podem mais fazer

22/01/2022 às 13:002 min de leitura

O ano é 2022 e o cenário político e social no Afeganistão é calamitoso. Após a partida das tropas norte-americanas do país, o Talibã — movimento fundamentalista e nacionalista islâmico — retomou o poder e passou a estabelecer diversas restrições ao longo do território afegão, sobretudo a respeito dos direitos femininos.

Em 2001, durante o período pós-Talibã, o Afeganistão chegou a criar o Ministério dos Assuntos da Mulher, que surgiu como um enorme passo para as mulheres viverem livremente em uma terra culturalmente conservadora. Entretanto, esse cenário voltou a se deteriorar. Confira cinco exemplos de atividades que as mulheres afegãs não podem mais realizar desde o retorno do Talibã.

1. Praticar esportes

(Fonte: Aamir Qureshi/AFP)(Fonte: Aamir Qureshi/AFP)

Em declaração oficial, o vice-chefe da comissão cultural do Talibã, Ahmadullah Wasiq, chegou a dizer que "as mulheres não deveriam jogar críquete por não ser algo necessário. Afinal, elas poderiam enfrentar uma situação em que seus corpos e faces estariam expostos". Em resposta, o Conselho de Críquete do Afeganistão suspendeu inicialmente seu programa para meninas e muitas esportistas se esconderam pelo país.

No entanto, o atual governo alegou que tudo se passava de um mal-entendido. Segundo o presidente do conselho, atualmente não há proibição oficial de qualquer esporte feminino. Mesmo assim, poucas afegãs ainda se sentem seguras para realizar a prática esportiva.

2. Viajar sozinhas

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Assim como acontecia no regime anterior do Talibã, a liberdade de ir e vir das mulheres foi restringida. No dia 27 de dezembro de 2021, o governo atual emitiu um comunicado exigindo que mulheres que forem viajar para mais de 72 km de distância estejam acompanhadas de um membro masculino de suas famílias.

Além disso, o conselho também exigiu que os motoristas recusem dar caronas para mulheres que não estejam com os rostos cobertos. Essa requisição, no entanto, viola a nova constituição do Afeganistão de 2004, a qual diz que "todo afegão terá o direito de viajar e se estabelecer em qualquer parte do país".

3. Escolher o que vestir

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Como citado no tópico anterior, a vestimenta feminina é uma das principais preocupações do Talibã. Em setembro de 2021, o ministro da educação anunciou que as estudantes do sexo feminino seriam obrigadas a usar o hijab como parte de um código de vestimenta obrigatório.

Recentes relatos também mostram que alguns posters foram espalhados por Kabul, capital do Afeganistão, encorajando as mulheres a se vestirem "apropriadamente". O assunto divide opiniões no país, inclusive entre grupos de mulheres mais conservadoras.

4. Ter uma educação apropriada

(Fonte: Freepik)(Fonte: Freepik)

O Talibã é notoriamente contrário a educação de garotas e mulheres. Por isso, não é nenhuma surpresa que isso tenha se tornado um ponto-chave nesse novo governo. Ao retornar, o Talibã proibiu as meninas do sexto ao décimo ano de frequentar a escola, o que foi primeiramente visto como uma medida temporária até que novas políticas educacionais fossem estabelecidas.

Entretanto, muitas meninas continuam proibidas de frequentar o ensino médio em quase todas as províncias. O Talibã também anunciou restrições ao ensino superior, com o Ministro do Ensino Superior confirmando que as universidades serão segregadas e o véu será obrigatório para todas as estudantes do sexo feminino.

5. Trabalhar

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Se não bastasse mexer com a educação feminina, o Talibã também têm buscado maneiras para impedir as mulheres de trabalharem. Desde o regresso desse governo, principalmente mulheres que trabalham no setor público foram ordenadas a permanecerem em casa até que "todos os procedimentos estejam em vigor para garantir a segurança feminina". 

Segundo o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, as mulheres foram responsáveis por 20% da força de trabalho do Afeganistão em 2020 e afastá-las poderia representar uma perda econômica entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão.

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