Ciência
16/08/2021 às 06:30•2 min de leitura
Com a saída do exército estadunidense do Afeganistão depois de 20 anos, em menos de 2 semanas o Talibã já tomou o controle de Cabul, capital do país. O Talibã é um movimento fundamentalista islâmico que se difundiu no Paquistão e no Afeganistão desde 1994. O grupo é considerado uma organização terrorista por vários países e durante décadas governou regiões na base da violência e do medo.
O Talibã controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001, quando seguiu uma versão radical do islamismo nos costumes, vetando o consumo de álcool e a livre circulação de mulheres. (Fonte: AFP/Reprodução)
Depois do atentado de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enviaram tropas ao país com a finalidade de capturar Osama bin Laden e acabar com a Al-Qaeda. Portanto, desde aquela época, o Afeganistão conseguiu eleger democraticamente dois presidentes, mas a corrupção sistêmica sempre foi um problema para o país.
Com o histórico de governo do Afeganistão, as perspectivas de vida para os afegãos são as piores, principalmente para mulheres e outras minorias. Mais de 250 mil pessoas foram deslocadas pelos combates e tentaram refúgio na capital afegã. Parte da população ainda tentou fugir do país, por estradas e aeroportos, mas o caos tomou conta, e os voos comerciais foram cancelados.
Algumas das famílias que fugiram das áreas já controladas disseram que os militantes exigiam que meninas e mulheres solteiras fossem entregues para se tornarem esposas dos combatentes. Na capital, as aulas foram proibidas e as professoras da Universidade de Cabul se despediram de suas alunas sem previsão de formatura.
Segundo o portal de notícias Shamshad News, a vacinação contra a covid-19 foi interrompida na província de Paktia, no leste do país. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Com o grupo no poder, o Talibã voltará a impor a sharia, uma lei islâmica que inclui apedrejamento por adultério, amputação de uma ou ambas as mãos por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos de irem à escola.
As mulheres estão sendo forçadas a usarem burca — veste que cobre todo o corpo e apresenta apenas uma tela estreita na altura dos olhos —, e as pessoas que infringirem regras sociais serão espancadas.