Ciência
29/01/2022 às 12:00•3 min de leitura
Muita gente pensa na Idade Média (500 d.C.-1500 d.C.) como uma época de muita ignorância e crenças equivocadas. E se formos julgar pelas leis que vigoravam nesta época, dá até para afirmar que este pensamento não está de todo errado.
As proibições iam desde assoar o nariz até jogar futebol. Para nossa sorte, nenhuma destas leis continua existindo hoje. Confira agora a lista das leis mais ridículas desta época.
(Fonte: Trivela)
Oficialmente, o futebol foi criado em 1863, na Inglaterra. Mas na Idade Média existia um jogo muito semelhante a ele que foi proibido. O chamado “futebol medieval”, na verdade, era muito mais violento que seu parente moderno. Para começar, a bola era feita por uma bexiga de porco cheia de areia. E muitas partidas, de tão acirradas, terminavam com os jogadores mortos e com a destruição do local em que ocorriam.
Por isso, em 1314, após queixas de moradores, o Rei Eduardo II decretou a proibição da prática deste “esporte”. Embora o decreto tenha sido renovado diversas vezes, algumas pessoas (incluindo aristocratas) continuavam batendo uma bolinha.
(Fonte: Freepik)
A cidade inglesa de Newmarket é considerada o berço da corrida de cavalos. As primeiras teriam começado lá no século XII, e aos poucos se tornaram um grande negócio.
Como as corridas aconteciam nas ruas da cidade, foi decretada uma lei que proibia os cidadãos de assoar o nariz em público. A razão? A secreção poderia fazer com que os cavalos ficassem doentes. Além disso, quem andasse na rua com febre era obrigado a pagar uma multa — tudo, claro, para proteger os valiosos cavalos.
(Fonte: Museu de Londres)
Muitas pessoas costumam achar sapatos de bico fino muito elegantes. No século XV, pensava-se que um homem ficava mais másculo quanto mais alongado fosse o seu pé. Por isso, era comum que as pessoas, especialmente os homens, usassem sapatos que eram vários centímetros maiores do que o necessário.
Mas os extravagantes sapatos pontudos — chamados de crackows na Inglaterra — eram também um símbolo de classe. Por isso, quando os camponeses passaram a usá-los, a corte inglesa resolveu intervir. Foi aprovada uma lei que dizia que “nenhum cavaleiro sob a categoria de lorde, escudeiro ou cavalheiro, nem qualquer outra pessoa, deve usar sapatos ou botas com pregos ou pontas que excedam o comprimento de duas polegadas”. Ou seja, se fosse para todo mundo usar, era melhor que ninguém usasse.
(Fonte: Tendências do imaginário)
Muitas leis da Idade Média buscavam restringir o consumo excessivo de comida e bebida — das pessoas mais pobres, é claro. Por isso, em 1336, uma lei foi promulgada para proibir que as pessoas recebessem mais do que dois pratos de comida durante uma refeição. A exceção à lei ocorria apenas em datas festivas, como o Natal — quando as pessoas poderiam comer três vezes.
(Fonte: esQrever)
Em sociedades extremamente religiosas, dá até para imaginar que as leis pudessem intervir, inclusive, na vida sexual dos cidadãos. Na Idade Medieval, era “permitido” que os casais fizessem sexo em quatro dias da semana. Na quinta-feira, sexta-feira e domingo, era proibido fazer sexo.
O curioso é que essas proibições se estendiam para além do contato físico. Como se acreditava que o contato visual era muito excitante, aconselhava-se que, nesses dias, as mulheres não olhassem para os homens para não colocá-los em tentação.
(Fonte: Wikimedia)
Não era só o futebol medieval que era proibido. Em 1985, o tênis também se tornou ilegal para as pessoas que não eram nobres. A razão não era muito louvável: acreditava-se que o tênis atrapalhava os trabalhadores e os desviava de suas obrigações.
Os historiadores acreditam que esta proibição foi crucial para que o tênis fosse considerado como o “esporte dos reis”, com equipamentos caros que o restringe até hoje às classes altas.