Artes/cultura
06/05/2022 às 10:00•2 min de leitura
Você provavelmente já deve ter ouvido falar de Marie Curie, a cientista responsável pelo descobrimento do elemento químico Polônio, certo? Contudo, pouco se fala sobre seu marido, Pierre Curie. Assim como a esposa, ele também era dotado de uma inteligência fascinante e teve contribuições importantes para a ciência.
Pierre nasceu no dia 15 de maio de 1859, na capital francesa, Paris. Seu pai era médico e decidiu educá-lo em casa. Assim, aos 16 anos concluiu seu bacharelado em matemática e, aos 18, a licenciatura em física na Sorbonne.
O sobrenome “Curie” era usado por vários cientistas. O irmão de Pierre, Jacques Curie, também era um pesquisador e, juntos, começaram a estudar “cristalografia”. Essa ciência tem como objetivo entender a disposição dos átomos nos sólidos. Em 1880, os irmãos Curie estudavam as propriedades do quartzo quando descobriram a piezoeletricidade — eletricidade gerada pelos cristais quando submetidos à pressão.
Essa descoberta foi o embrião para muitas tecnologias que usamos hoje, como microfones, caixas de som e ultrassonografia.
(Fonte: Smithsonian Institution/Wikimedia Commons)
Anos depois, quando concluía seu doutorado, Pierre pesquisava sobre as propriedades magnéticas da matéria. Ele descobriu que os materiais acabam perdendo essa propriedade quando expostos a altas temperaturas, nascendo assim o chamado “ponto Curie”, o momento no qual materiais perdem a capacidade magnética devido ao calor. A descoberta fez com que Pierre se tornasse uma referência no estudo do magnetismo.
Em 1894, uma estudante polonesa chamada Marie Sklodowska foi estudar o magnetismo na França. Sabendo que Pierre e Maria tinham esse interesse em comum, cientistas e amigos mútuos resolveram apresentá-los. Eles passaram a trabalhar juntos no laboratório de Pierre e apaixonaram-se. Marie recusou o primeiro pedido de casamento, mas aceitou o segundo, passando-se a chamar Marie Curie em 1895.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Marie estava curiosa sobre uma recente descoberta feita pelo físico Henri Becquerel: a radiação emitida pelo Urânio. Por isso, ela decidiu pesquisar o assunto para o seu doutorado e, dois anos após iniciar tal pesquisa (1898), Marie descobriu um elemento ainda mais radioativo que o urânio. Pierre e Marie passaram, então, a trabalhar juntos no estudo desse elemento. Em julho daquele ano, o casal Curie apresentou ao mundo o polônio e, em dezembro, o rádio.
O casal recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1903 devido às descobertas dos elementos químicos e de suas propriedades radioativas. Graças ao casal, o mundo ganhou uma nova forma de gerar eletricidade por meio da energia atômica. Por outro lado, essas descobertas também ajudaram a criar as bombas atômicas, armas de destruição em massa que deixam o mundo apreensivo até hoje.
É verdade que ele e a sua esposa manipulavam de forma perigosa a radioatividade e ficaram doentes por causa disso — ninguém conhecia os riscos dos elementos na época. Contudo, não foi a radioatividade que matou o cientista francês. Pierre morreu de ferimentos causados ao ser atropelado por uma carroça, em 1906, aos 47 anos.
Seus restos mortais, assim como os de Marie, estão no Panteão de Paris, local reservado aos heróis nacionais.