Por que as coisas de Marie Curie continuam radioativas após 100 anos?

10/08/2021 às 12:002 min de leitura

Marie Curie foi uma física e química polonesa, que conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade. Por suas descobertas, ela ganhou, por duas vezes, o prêmio Nobel, em dois campos diferentes. Além de ser a primeira mulher a ganhar o prêmio, ela também foi a primeira professora na Universidade de Paris. 

As investigações da pesquisadora abrangeram as áreas da teoria da radioatividade, técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos: o polônio e o rádio. Marie Curie faleceu com 66 anos, na França, de leucemia causada pela exposição aos elementos radioativos.

A radiação dos objetos de Marie Curie

Diferentemente do que ocorre com coleções de bibliotecas e museus que precisam ser manuseados com luvas especiais, os objetos utilizados por Marie Curie e seu marido Pierre precisam ficar guardados em caixas de chumbo. O acervo está localizado na Bibliothèque Nationale da França e para ter acesso aos papéis, móveis, livros e cadernos da estudiosa, é preciso utilizar roupas especiais de proteção e assinar um termo de renúncia de responsabilidade.

O corpo de Curie também está contaminado por radiação e, portanto, foi colocado em um caixão forrado com quase uma polegada de chumbo. (Fonte: Business Insider/Amanda Macias)O corpo de Curie também está contaminado por radiação e, portanto, foi colocado em um caixão forrado com quase uma polegada de chumbo. (Fonte: Business Insider/Amanda Macias)

Sem saber dos riscos, Marie Curie carregava frascos de polônio e rádio no bolso do casaco e os guardava em sua escrivaninha. Em suas anotações, Marie dizia que os frascos ficavam luminosos e que essa era uma visão adorável. 

Foi assim que ela e seu marido descobriram a radioatividade. Pierre construiu uma câmara com um eletrômero, que media correntes elétricas fracas. Ao aproximar os tubos luminescentes, o ar dentro da câmara se dividia em íons positivos e negativos.

O que é meia-vida radioativa?

A meia-vida radioativa corresponde ao tempo necessário para que metade dos núcleos radioativos se desintegrem. Depois desse tempo, seria seguro manusear os elementos sem o devido cuidado. Isótopos diferentes têm meias-vidas diferentes. O plutônio-239, por exemplo, tem meia-vida de 24.100 anos, enquanto o plutônio-241 tem o período de 14,4 anos.

O isótopo descoberto por Marie Curie, o rádio 226, tem sua meia-vida radioativa de 1601 anos, ou seja, o isótopo radioativo só vai se desintegrar totalmente depois do ano 3500. 

A meia-vida também pode ser utilizada para calcular a idade de fósseis ou objetos de madeira. (Fonte: Pixabay/Reprodução)A meia-vida também pode ser utilizada para calcular a idade de fósseis ou objetos de madeira. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Vale ressaltar que esse período não é afetado por reações químicas ou mudanças físicas. Assim, os elementos não se desintegram mais rápido se forem colocados no extremo frio ou calor, ou se forem misturados com outros elementos. 

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: