Ciência
22/07/2022 às 12:00•2 min de leitura
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A natureza é um mundo selvagem onde todos os dias diversas espécies precisam batalhar por suas chances de sobrevivência. Isso quer dizer que, enquanto predadores precisam de técnicas mirabolantes para capturar suas vítimas, as presas precisam encontrar maneiras de fugir dessas ameaças.
Porém, como é que um animal consegue identificar quem são seus predadores e entender que ele representa um risco? Em termos gerais, as espécies de presas podem identificar seus inimigos com base numa mistura de instinto e experiência. Entenda mais sobre como essas interações acontecem nos próximos parágrafos!
(Fonte: Pixabay)
Para conseguir escapar da morte iminente, muitas espécies dependem de algumas pistas sensoriais para saber que um predador está por perto. E o que isso significa? Esses sinais são divididos em quatro grandes categorias: pistas visuais, táteis, auditivas e químicas. Algumas criaturas podem apresentar comportamentos de mais de uma categoria ao mesmo tempo, mas tendem a se basear em um predominante.
Normalmente, diferentes tipos de presa conseguem reagir a um objeto próximo por conta de sua visão — identificando movimentos súbitos e entendo eles como uma ameaça. Algumas aranhas e lagartos, por sua vez, conseguem sentir as vibrações dos passos de um predador que esteja por perto.
Os caracóis aquáticos, principalmente as lapas antárticas, podem distinguir o toque e assinatura química de uma estrela-do-mar predadora em qualquer pequeno resquício. Porém, as pistas não dependem só dos predadores. Muitas espécies são programadas para receber o alarme de outras presas ameaçadas, criando um comportamento de proteção em grupo para aumentar as chances de sobrevivência.
(Fonte: Pixabay)
Para alguns animais, entretanto, é preciso um pouco mais de prática para reconhecer um predador. Principalmente entre espécies que não costumam compartilhar espaço com um grande carnívoro, identificá-lo como uma ameaça torna-se mais difícil e é comum que essas presas não temam seus inimigos tanto assim.
Quando os lobos foram reintroduzidos ao Parque Nacional Grand Teton, nos Estados Unidos, em 1998, os alces da região demoraram para aprender que isso era uma ameaça — achando que o animal poderia ser simplesmente um coiote maior. Foi preciso uma grande quantia de mortes até que o comportamento da espécie mudasse por completo e eles entendessem o que estava acontecendo.
Espécies presas em locais sem predadores demonstram comportamento menos vigilante e menor probabilidade de se mudar para um lugar diferente para se defender. Portanto, esses instintos só se tornam realmente mais aguçados quando a situação mostra que é necessário.
Esse é um problema que faz com que espécies invasoras consigam tomar conta de um território rápido demais, uma vez que os outros animais do ecossistema não estão preparados para tal perigo. As relações predador-presa são complicadas, especialmente quando envolve atividade humana no meio, mas a natureza parece se moldar às condições que surgem com o tempo.