Flora Tristán: conheça a história da feminista que inspirou Karl Marx

20/11/2022 às 13:002 min de leitura

Flore Célestine Thérèse Henriette Tristán y Moscoso, ou simplesmente Flora Tristán, foi uma escritora e ativista francesa que influenciou muita gente – incluindo Karl Marx. Flora é tida como uma das precursoras do sindicalismo, do feminismo e da defesa da liberdade das mulheres no espaço público.

Filha de mãe francesa e pai peruano, Flora usou sua voz para denunciar as péssimas condições da classe operária na França, focando sobretudo no descaso sofrido pelas mulheres. Esta é a sua história.

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A infância e juventude de Flora Tristán

(Fonte: IanDagnall Computing/Alamy)(Fonte: IanDagnall Computing/Alamy)

Flora nasceu em 1803, em Vaugirard, nas cercanias de Paris. Sua família morava em uma casa frequentada pelo líder revolucionário venezuelano Simón Bolívar. Quando seu pai, oficial do exército espanhol, foi morto em uma batalha contra a França, a família foi obrigada a se mudar para a zona rural e perdeu suas boas condições econômicas.

Com quinze anos, Flora se mudou para Paris, onde começou a trabalhar com o ilustrador André François Chazal. Eles se casaram em 1821, tiveram um relacionamento tumultuado e André era um marido agressivo.

Depois de três anos, se separaram e Flora ficou com a guarda dos três filhos. Mesmo com uma alfabetização precária, ela começou a se dedicar à leitura, se interessando especialmente por obras que discutiam a situação da mulher em sua época.

Aos poucos, ela começou a questionar as vantagens legais que os homens tinham sobre as mulheres, e passou a se tornar uma voz que lutaria contra esta opressão. Logo ela começou a escrever livros.

Flora enfrenta sociedade francesa

(Fonte: Etna Velarde/Cedinci/Reprodução)(Fonte: Etna Velarde/Cedinci/Reprodução)

Mas além do interesse pelos direitos das mulheres, Flora também estava atenta às mudanças no mundo do trabalho, potencializadas pela Revolução Industrial. As máquinas estavam melhorando as indústrias, mas traziam benefícios apenas aos donos delas, sem qualquer vantagem à vida dos operários.

O que se via era cada vez mais intelectuais falando sobre a exploração da mão de obra dos trabalhadores e formulando teorias que defendiam a igualdade entre os homens, mas sem grandes preocupações com as mulheres. Assim, as primeiras obras de Flora Tristán foram criticadas pelos escritores de sua época.

Ela também viajaria para países como Peru, Inglaterra e Itália para observar as condições dos trabalhadores. O relato dessas viagens deu origem ao seu primeiro livro, chamado Peregrinações de uma pária, publicado em 1838.

Enquanto isso acontecia, Flora Tristán vivia um drama pessoal. Seu ex-marido, André François Chazal, a perseguiu e a ameaçou. Como não existia lei de divórcio, ela não possuía meios legais para lutar contra ele. Até que, numa emboscada, Chazal disparou dois tiros contra Flora. 

Os disparos foram no peito, mas as balas ficaram alojadas e Flora se recuperou. Contudo, sua saúde foi se enfraquecendo a partir deste episódio, e ela morreria alguns anos depois, deixando o legado de suas ideias e de sua luta em prol dos trabalhadores e das mulheres. Suas reflexões são tão importantes que até Karl Marx reconheceu o valor de suas ideias em uma de suas obras.

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