Ciência
31/03/2023 às 02:00•3 min de leitura
Desde calcular o troco ou até mesmo quanto será a compra do supermercado, os números podem ser intimidantes para algumas pessoas. A ansiedade matemática pode ocorrer em crianças a partir dos 6 anos e também pode aparecer ao longo da vida. De fato, em uma pesquisa recente feita pelo Duolingo, 93% dos adultos nos Estados Unidos relataram ter pelo menos alguma ansiedade em relação à matemática. Essa ansiedade é mais do que apenas uma sensação — a pesquisa mostra que isso pode tornar mais difícil até fazer contas de cabeça!
Quando alguém tem alta ansiedade matemática, o cérebro precisa trabalhar mais e usar mais recursos. Isso porque os cálculos envolvem a memória de trabalho — o sistema que permite que nosso cérebro pense em várias coisas ao mesmo tempo. Quando estamos ansiosos, nossos recursos de memória estão sendo usados pelas emoções negativas, deixando menos memória de trabalho para realmente resolver o problema e utilizar os números!
Nem todos os cérebros são iguais. Os recursos da memória de trabalho variam de pessoa para pessoa, então algumas têm mais e outras menos. Alguns cérebros reagem mais a ameaças percebidas do que outros também. Portanto, pode ter grandes diferenças entre as pessoas quando elas veem números e sentem estresse.
(Fonte: Getty Images)
Além do cérebro, nossa identidade também é importante. Os estereótipos sobre o quão bem as pessoas com diferentes identidades conseguem entender matemática podem ter impactos reais nos níveis de ansiedade. Por exemplo, se pessoas de diferentes nacionalidades e origens étnicas precisam resolver problemas matemáticos sob pressão, se sentem mais ansiosas, pois há um estereótipo de que deveriam resolvê-lo com mais facilidade do que as outras pessoas. Isso tudo contribui para uma piora.
A ansiedade matemática também pode estar enraizada em ideias sobre esforço – o que o faz pensar que há pouco que você pode fazer para ir além de suas habilidades naturais. Por exemplo, você pode ter ouvido alguém dizer que não é uma "pessoa matemática". Essa mentalidade fixa (de que as pessoas nascem com habilidades que não podem ser alteradas) está associada a níveis mais altos de ansiedade que o fazem evitar a matemática.
Mas as pessoas realmente têm muita flexibilidade, mesmo quando se trata de suas habilidades naturais. Por exemplo, a forma como falamos sobre matemática pode mudar a forma que pensamos sobre ela, principalmente quando se trata de professores e pais. É mais provável que os alunos tenham menor ansiedade matemática e se esforcem mais quando os professores elogiam como eles se saíram e como podem melhorar, em vez de elogios pessoais sobre habilidades específicas (como "você é muito inteligente!"). Na verdade, essa mentalidade de crescimento — ter a atitude de que você pode melhorar concentrando seus esforços – está associada a mais sucesso em matemática!
(Fonte: Getty Images)
Aqui estão algumas estratégias comprovadas por pesquisas que podem diminuir sua ansiedade:
• Quanto mais você se estressa, menos respira, e quanto menos respira, mais entra em uma espiral de estresse. Os pesquisadores descobriram que as técnicas de respiração profunda, juntamente com a meditação, podem ajudar os alunos ansiosos a permanecerem calmos o suficiente para serem bem-sucedidos nos exames de matemática.
• Pratique sempre! Grande parte dos picos emocionais que as pessoas sentem ao pensar em matemática é porque elas não têm experiências boas o suficiente, então se concentram nas ruins e acabam não praticando com frequência. A pesquisa mostra que você pode reduzir a ansiedade praticando. Usar o Duolingo Math, o novo app do Duolingo focado em matemática e já disponível no Brasil, por exemplo, é uma ótima maneira de praticar de forma divertida todos os dias!
A ansiedade matemática é muito comum na nossa sociedade, mas não precisa ser assim. Ao compreender as raízes da ansiedade e as soluções comprovadas para diminuí-la, você pode aprender a enfrentar os números. Boa sorte nessa jornada!
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Analigia Martins é colunista do Mega Curioso e diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.