A demência era mesmo uma doença comum entre os antigos gregos e romanos?

10/02/2024 às 07:002 min de leitura

Em um fascinante estudo conduzido por Caleb Finch, professor universitário da Escola de Gerontologia Leonard Davis, da USC, junto com seus colegas, eles realizaram uma análise profunda dos textos médicos greco-romanos dos séculos VIII a.C. e III d.C. que revelou fatos intrigantes sobre a demência nos tempos antigos.

Esse estudo inovador, publicado no renomado Journal of Alzheimer's Disease, desafia nossas percepções modernas e sugere que o comprometimento cognitivo não era uma preocupação predominante para as civilizações antigas, contrariando a epidemia contemporânea de demência que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Demência nos textos greco-romanos

Hipócrates, considerado o pai da Medicina. (Fonte: Getty Images)Hipócrates, considerado o pai da Medicina. (Fonte: Getty Images)

Os antigos gregos e romanos tinham uma preocupação mínima com a perda grave de memória, de acordo com uma análise detalhada dos textos médicos. Os pesquisadores exploraram meticulosamente escritos de vários séculos e autores greco-romanos, e encontraram poucas menções à demência e à perda cognitiva avançada.

A análise dos textos revelou que a demência era extremamente rara nos tempos antigos. Os antigos gregos, mesmo reconhecendo perdas leves de memória, não documentavam casos graves que possam ser associados à doença de Alzheimer, por exemplo. Nos escritos de Hipócrates, surdez, tontura e distúrbios digestivos eram mencionados como desafios enfrentados pelos idosos, mas a perda de memória não era uma preocupação destacada.

Ao contrário do cenário moderno, onde a demência é epidêmica, os escritos revelam que era esperado que os idosos mantivessem competência intelectual para além dos 60 anos. Esse contraste revelador desafia nossas noções preconcebidas sobre a prevalência histórica das doenças que envolvem deterioração cognitiva e da memória entre idosos.

Mudanças na Era Romana

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Em Roma, foram identificados alguns relatos mencionando demência e perda cognitiva, embora notavelmente escassos em comparação com a realidade moderna. Para os pesquisadores, essa é uma indicação da progressão do problema ao longo do tempo. Os estudiosos sugerem que o aumento na prevalência da demência na era romana pode ter sido influenciado por fatores ambientais.

Nesse contexto, o uso generalizado de recipientes de chumbo na cozinha, canos de água e até mesmo vinho com chumbo pelos aristocratas romanos pode ter contribuído para o comprometimento cognitivo. Essas descobertas oferecem uma intrigante analogia com os dias atuais, sugerindo que nossos estilos de vida modernos, com comportamento sedentário e exposição à poluição, podem ser culpados pelo aumento nos casos de demência.

A análise dos textos médicos greco-romanos oferece uma visão fascinante da demência nos tempos antigos, desafiando a ideia de que a perda cognitiva avançada era comum. O contraste marcante com a epidemia moderna de demência levanta questões sobre as influências contemporâneas. À medida que continuamos a desvendar os mistérios da demência, olhar para o passado pode fornecer informações valiosas para entender e enfrentar esse desafio crescente.

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