As 'Cartas do Papai Noel' que J.R.R. Tolkien escreveu durante 23 anos para os filhos

23/12/2023 às 09:002 min de leitura

Embora os personagens de suas histórias épicas tenham sido representados por atores do mundo inteiro, o escritor britânico J.R.R. Tolkien protagonizou, ele próprio, um personagem por 23 anos: o de Father Christmas, nome que os britânicos dão ao Papai Noel. Ele é o protagonista do livro Cartas do Papai Noel, que o escritor produziu, de 1920 a 1943, para os seus quatro filhos, John, Michael, Christopher e Priscilla.

Tudo começou quando o filho mais velho, John, então com três anos, perguntou ao escritor quem era o Papai Noel e onde ele morava. Esse tipo de pergunta, que qualquer pai “tira de letra”, é o tipo de assunto que cai como uma magia para uma pessoa acostumada a escrever epopeias.

Imediatamente, o criativo John Ronald Reuel Tolkien tomou aquele desafio como se estivesse pronto para levar o anel até a Montanha da Perdição. Nos 23 anos seguintes, ele escreveu cartas como se fossem respondidas diretamente do Polo Norte, pelo bom velhinho. Elas ficaram em poder dos filhos até serem editadas em livro em 1976, três anos após a morte do escritor.

Como são as Cartas do Papai Noel?

(Fonte: William Morrow and Company/Reprodução)(Fonte: William Morrow and Company/Reprodução)

No dia 24 de dezembro do mesmo ano em que John lhe fez aquelas perguntas mágicas, o especialista em literatura nórdica escreveu uma carta, em tinta vermelha, supostamente remetida pelo Papai Noel em pessoa. A correspondência incluía o autorretrato de um homem de barba branca e casaco vermelho, e a letra era tremida, como se o autor fosse muito velho.

A resposta era clara: “Querido John, ouvi você perguntar hoje como eu era e onde morava. Eu desenhei a mim e a minha casa para você. Cuide da foto. Estou de partida agora para Oxford com meu pacote de brinquedos — alguns para você. Espero chegar a tempo: a neve está muito espessa no Polo Norte esta noite.”

Quem já leu a obra de Tolkien sabe que a economia verbal não está entre as características do autor. A partir dessa primeira cartinha, ele se tornou personagem principal de uma história fantástica que envolvia um idoso sábio, poderoso, amigo e guia (um prenúncio de Gandalf?) em um universo de ursos polares, elfos e duendes.

A despedida do Papai Noel

(Fonte: Haywood Magee/Getty Images)(Fonte: Haywood Magee/Getty Images)

Na trama de Cartas do Papai Noel, os duendes vivem em cavernas subterrâneas e, meio endiabrados, atormentam o bom velhinho, tentando sempre roubar os presentes, o que acabava sendo um bom álibi para justificar aqueles presentes pedidos, mas não recebidos. 

Perfeccionista, o escritor criou um alfabeto próprio para os duendes, nomes em finlandês para os ursos e até carimbos do correio do Polo Norte. Nas cartas finais, quando a caçula Priscilla tinha 14 anos, Papai Noel se despediu:

“Depois disso terei que dizer ‘adeus’, mais ou menos: quer dizer, não vou te esquecer. Sempre mantemos os números antigos de nossos velhos amigos e suas cartas, e mais tarde esperamos voltar quando eles crescerem e tiverem suas próprias casas e filhos”.

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