Ciência
25/03/2022 às 02:00•2 min de leitura
John Ronald Reuel Tolkien foi um dos escritores mais importantes e influentes do século XX. Conhecido por ter escrito O Hobbit e O Senhor dos Anéis, sua obra é bastante vasta e conta com mais de 50 títulos — a maior parte lançada após a sua morte.
Nascido na África do Sul, ele se mudou para a Inglaterra com a mãe e o irmão aos 3 anos de idade e sempre gostou de brincar inventando criaturas fantásticas. Durante a adolescência, ele já começou a se interessar por criar línguas também e, em pouco tempo, misturou tudo dando origem à Terra-média — o cenário das suas principais obras.
E assim, sem nem imaginar, Tolkien estava mudando o rumo da literatura fantástica para sempre. Hoje, quase 50 anos após a morte dele, o universo que ele criou está mais vivo do que nunca, seja nas páginas dos seus livros, seja como influência em inúmeros autores.
A vastidão da obra de Tolkien também inspirou a criação de diversos grupos de estudos, como a Tolkien Society. Esse grupo, criado enquanto ele ainda estava vivo, tem como objetivo estudar e difundir sua literatura para as próximas gerações. Ele também deu origem ao Tolkien Day (Dia de Ler Tolkien), uma data comemorativa que tem como objetivo estimular as pessoas a lerem a obra do mestre.
Hoje, todo esse universo criado por Tolkien influencia diversas obras de fantasia que continuam alimentando o imaginário das pessoas. The Witcher, Game of Thrones e Harry Potter são apenas algumas das sagas influenciadas pelo Legendarium (as histórias sobre a Terra-média). Além disso, seus livros deram origem à trilogia O Senhor dos Anéis e O Hobbit nos cinemas e vão ganhar uma nova adaptação pela Amazon Prime Video com a série Os Anéis de Poder.
Poema élfico escrito em Sindarin por Tolkien para O Senhor dos Anéis.
Antes de Tolkien começar a trabalhar nas suas histórias, ele já estava pensando e criando línguas. Elas tinham influência de idiomas nórdicos, anglo-saxões e celtas, e deram origem ao Quenya e ao Sindarin, por exemplo, duas das principais línguas élficas.
Uma vez que ele já tinha criado vários sistemas de fala e idiomas — com regras bem complexas, por sinal —, Tolkien decidiu dar algum sentido para isso. Seu primeiro trabalho foi o Livro dos Contos Perdidos, que mais tarde se tornou O Silmarillion, e conta a origem da Terra-média, o local onde se passam suas principais histórias.
O Silmarillion só foi publicado em 1977, 4 anos após a morte do autor, mas sua versão inicial, lá da década de 1920, foi um estímulo para que ele continuasse escrevendo.
Assim, quando publicou O Hobbit, em 1937, o autor já havia criado dezenas de povos, cada um utilizando um sistema de linguagem diferente, além de uma história de criação de mundo e diversas guerras que já aconteciam há milhares de anos.
Assim, o Legendarium de Tolkien se parece com uma mitologia verdadeira, e não apenas com um compilado de histórias de fantasia. Ao ler O Senhor dos Anéis, é possível ouvir a canção sobre a queda de Gil-galad, conhecido como o último Alto Rei dos Elfos do Oeste, ou sobre a Rainha Berúthiel. Ambas poderiam ser citações sem um significado maior, porém o autor escreveu sobre os dois personagens em outros livros (O Silmarillion e Contos Inacabados, respectivamente).
Isso faz que ler uma obra de Tolkien pareça algo maior, porque realmente é. O autor fez sua literatura lembrar os livros de história medieval, por exemplo, onde tudo está completamente conectado.