Físico teoriza sobre o que aconteceria se fosse possível viajar ao passado

25/08/2015 às 12:153 min de leitura

A ficção científica está repleta de histórias incríveis de personagens que ultrapassam a velocidade da luz e viajam no tempo até o passado. No entanto, apesar de muita gente sonhar em poder fazer esse tipo de incursão, segundo — a maioria dos —  cientistas, voltar no tempo é simplesmente impraticável. Afinal, para começo de conversa, de acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, nada pode ultrapassar a velocidade da luz no vácuo.

Isso porque a relatividade determina que qualquer objeto em movimento que possua massa se torna gradativamente mais pesado conforme a sua velocidade vai aumentando — o que significa que seria necessária uma quantidade infinita de energia para que esse objeto ultrapassasse a velocidade da luz. E não pode existir energia superior à infinita, não é mesmo?

Por outro lado, para Tia Ghose, do portal Live Science, apesar de percebermos o tempo como algo que só pode “caminhar” adiante, tanto para a Teoria da Relatividade como para a Física de Partículas, o tempo não tem orientação.

Com isso em mente, se pensarmos na antimatéria — que, em poucas palavras, é a contraparte da matéria —, ela pode ser interpretada como antipartículas viajando adiante no tempo e como partículas reais voltando ao passado. Dessa forma, teoricamente falando, um objeto capaz de se deslocar a velocidades superiores à da luz poderia voltar no tempo.

Assim, deixando a falta de “praticabilidade” de lado, e se as viagens no tempo fossem possíveis, como elas se dariam? Segundo o físico Robert Nemiroff da Universidade Tecnológica de Michigan, algumas coisas bem estranhas aconteceriam como resultado desse processo. Uma delas seria o surgimento de um par de cópias idênticas do objeto, e uma das cópias regressaria e aniquilaria a outra. Maluquice? Calma, a coisa fica ainda mais maluca!

Viagem hipotética

Para chegar a essa conclusão, Nemiroff fez uma série de cálculos baseados em uma situação hipotética. Ele imaginou uma espaçonave partindo de uma base de lançamento aqui na Terra e que viajaria a uma velocidade cinco vezes superior à da luz até chegar a um planeta localizado a 10 anos-luz de distância. Depois, o foguete de Nemiroff daria meia-volta e retornaria ao nosso mundo, pousando em uma base próxima à de lançamento.

Os cálculos revelaram que duas cópias da espaçonave, uma com massa positiva e outra com massa negativa — ou nave e uma antinave, se você preferir —, surgiriam durante a viagem. Além disso, como a luz do foguete estaria viajando mais devagar do que a própria nave, cinco anos depois de ela partir, a espaçonave estaria estacionada e os terráqueos veriam algo muito estranho: eles enxergariam no céu um foguete partindo e uma cópia dele retornando da viagem.

E as coisas se tornariam ainda mais estranhas oito anos mais tarde. Isso porque uma imagem da nave estacionada na base também seria visível com as outras duas, só que as cópias estariam mais distantes do que antes, como se o foguete estivesse voltando ao passado. Por último, 10 anos após o início da viagem, uma das espaçonaves fantasma aniquilaria a outra, e só restaria a nave paradinha na base.

Hein?

De acordo com Tia, a situação proposta por Nemiroff, apesar de ser hipotética, gera uma série de questões — também — malucas, por exemplo: como é que a viagem funcionaria? Do que o par de naves-cópia seria feito? Qual delas seria a espaçonave real? E as pessoas pilotando o foguete, o que elas estariam fazendo, e o que aconteceria com elas? Só Deus sabe...

Mas, seguindo o raciocínio do físico, as naves e os pilotos seriam feitos de matéria e antimatéria, o que significa que eles poderiam se aniquilar caso se aproximassem — não? Nemiroff admitiu que as conclusões às quais ele chegou com seus cálculos são de derreter os miolos, e que, se analisarmos friamente a situação proposta, provavelmente a viagem ao passado jamais seja possível, pois ela violaria os princípios da Teoria da Relatividade.

Contudo, o físico deu um exemplo no qual a produção de cópias seria viável. Imagine que você tem uma caneta laser superpotente e que você pode apontá-la para a Lua. Considerando que nada encubra a luz, Nemiroff diz que seria necessário mover o pulso de um lado a outro da Lua mais depressa do que 4 segundos para que o ponto do laser se movesse mais depressa do que a luz. E se fosse possível registrar esse movimento em filme, veríamos um par de pontos ligeiramente separados sobre a superfície da Lua.

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