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Exposição da mãe a toxinas prejudica imunidade dos filhos

11/10/2019 às 12:002 min de leitura

Que a exposição a poluição prejudica a saúde não é novidade para ninguém, mas um estudo desenvolvido na Universidade de Rochester e publicado na iScience sugere que a exposição onipresente a poluição industrial pode prejudicar a imunidade por gerações, enfraquecendo as defesas do corpo contra infecções, como o vírus influenza, de mães, filhos, netos, bisnetos, e por aí vai.

Paige Lawrence, do departamento de medicina ambiental do Centro Médico da Universidade de Rochester, explica que o estudo sugere que os impactos no sistema imunológico podem ser sentidos por gerações. Ela diz ainda que, apesar de outros estudos já mostrarem que a exposição a poluentes pode impactar nas funções do sistema reprodutivo, respiratório e nervoso por várias gerações, a atual pesquisa mostra de forma inédita que a exposição afeta também a imunidade.

Os pesquisadores explicam que o enfraquecimento multigeracional da imunidade pode ajudar a explicar variações durante episódios sazonais e de pandemia de gripe, uma vez que as vacinas anuais fornecem mais proteção a algumas pessoas do que a outras. Além disso, durante os surtos de gripe pandêmica, algumas pessoas ficam gravemente doentes, enquanto outras combatem a infecção.

Fonte: Pixabay

Alguns fatores, como idade e mutação do vírus, podem explicar essa variação, mas a diversidade de respostas tem outros aspectos envolvidos. “Quando você é infectado ou recebe uma vacina contra a gripe, o sistema imunológico aumenta a produção de tipos específicos de glóbulos brancos em resposta. Quanto maior a resposta, maior o exército de glóbulos brancos, aumentando a capacidade do corpo de combater com êxito uma infecção. Ter um exército de tamanho menor — o que vemos em várias gerações de ratos neste estudo — significa que você corre o risco de não combater a infecção com a mesma eficácia”, explica Lawrence.

Teste com ratos comprovou imunidade baixa em mães, filhos, “netos” e “bisnetos”

Para realizar o estudo, pesquisadores expuseram camundongos prenhes à dioxina em níveis ambientalmente relevantes. Subproduto comum da produção industrial e da incineração de resíduos, além de encontrada em alguns produtos de consumo, esses produtos químicos entram no sistema alimentar, sendo consumidos eventualmente por seres humanos. As dioxinas se acumulam à medida que avançam na cadeia alimentar e produtos alimentares de origem animal possuem maior concentração.

A produção e função das células T citotóxicas — glóbulos brancos que defendem o organismo de patógenos estranhos, além de procurar e destruir células com mutações que podem levar ao câncer — foram prejudicadas quando os ratos foram infectados com o vírus influenza A. E a resposta imune enfraquecida foi além. Não apenas a prole das mães expostas à dioxina apresentou imunidade deficiente, mas as gerações subsequentes, incluindo até os “bisnetos”, com efeito mais intenso nas fêmeas.

A hipótese dos pesquisadores é de que a exposição à dioxina altera a transcrição de instruções genéticas, ou seja, não é a exposição que desencadeia uma mutação, mas o mecanismo pelo qual os genes são expressos que se altera, sendo inclusive repassado para gerações seguintes.

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