Ciência
07/04/2022 às 09:12•2 min de leitura
Uma importante pesquisa conduzida nos Estados Unidos, na Universidade de Worcester, apontou que o consumo excessivo de alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, ovos e shakes proteicos, pode levar a que homens tenha seus níveis de testosterona diminuídos em até 37%.
O estudo liderado pelo nutricionista Joe Whittaker detectou que uma alimentação que incluísse 35% de proteína, ao longo de oito semanas, levou a que participantes tivessem problemas como disfunção erétil, fadiga, depressão e fraqueza muscular, sintomas associados à diminuição da testosterona.
(Fonte: Pexels)
Nutricionistas aconselham que o consumo diário de calorias de um adulto esteja entre 2.200 e 2.800 calorias, que, idealmente, deveriam ser compostas por frutas, vegetais, grãos, laticínios, gordura e proteína, sendo que esta última não deveria ultrapassar a quantia de 140 gramas a cada 24 horas.
No caso da pesquisa, os integrantes faziam ingestões de cerca de 280 gramas de proteína dentro do mesmo limite de até 2.800 calorias. Os valores de ingestão calórica de proteínas consumidos durante a condução do estudo são o dobro da recomendada a homens adultos. Já dietas compostas por 35% de proteína, dentro dos limites ideias de consumo calórico, representariam cerca de 215 gramas por dia.
O consumo excessivo de proteínas costuma ser hábito entre praticantes de musculação, na tentativa de ganhar massa muscular. Especialistas no assunto concordam que uma dieta balanceada e uma rotina de exercícios físicos são ideais para atingir esses objetivos, e os resultados da pesquisa devem servir de alerta, já que a testosterona é o hormônio responsável pelo crescimento de músculos.
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Ainda que chame a atenção o retardo em ganho muscular, ter níveis baixos de testosterona é bastante perigoso para o corpo do homem. Joe Whittaker, que conduziu o estudo, alerta que índices baixos desse hormônio podem, a longo prazo, causar problemas como infertilidade. Também amplia o risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e Alzheimer.
É importante salientar que a redução da testosterona é algo natural, acontecendo durante a andropausa, geralmente após os 40 anos. Porém, quando ocorre antes do prazo, também pode acarretar a diminuição da proteção e resistência dos ossos, levando até ao desenvolvimento de osteoporose.
Afeta, ainda, a memória e funções mentais, tais como o raciocínio lógico. Isso porque áreas cerebrais, relacionadas à memória e atenção, são diretamente afetadas pela baixa quantidade do hormônio. Não menos importante, o aumento das chances de desenvolver ansiedade pode levar a quadros depressivos, já que a testosterona também atua no equilíbrio emocional.
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São muitas as revistas nas bancas que oferecem dietas milagrosas para perda de peso, sem contar os influenciadores que compartilham suas rotinas de alimentação e colocam os carboidratos como inimigos da busca por um corpo torneado. A pesquisa de Whittaker mostra que isso é um erro.
Nela, descobriu-se que muita proteína e pouco carboidrato aumentam a quantidade de cortisol no sangue. Ele é um hormônio que gera estresse corporal, e seu nível elevado diminui as defesas imunológicas do corpo. Logo, pessoas com níveis altos de cortisol ficam mais suscetíveis a contrair infecções como resfriados, gripe e covid-19.
O pesquisador deixa um alerta para que nenhuma dieta seja iniciada sem orientação médica, afinal, segundo ele, uma alimentação equilibrada, com boas quantidades de proteínas, carboidratos, fibras e vegetais são, comprovadamente, fundamentais a uma vida saudável.