Ciência
04/08/2018 às 06:00•2 min de leitura
A obra "O Grito", de Edvard Munch, é um clássico por representar tanto um fenômeno metereológico quanto aspectos psicológicos, como a ansiedade e a depressão, tudo isso já no século XIX. De qualquer forma, a real inspiração ainda é incerta, e existem algumas teorias que indicam que o pintor pode ter representado um pôr do sol vulcânico após a erupção do Cracatoa, em 1883. Acredita-se, também, que a coloração pode mostrar um grito da natureza. Mas eis que agora temos uma nova teoria: nuvens madrepérolas, fenômemo que pode ser visto ao sul da Noruega.
“O que está gritando é o céu, e a pessoa na pintura está colocando suas mãos sobre as orelhas para não ouvir o grito”, afirma o professor de Ciências Ambientais da Universidade de Rutgers, Alan Robock, coautor do Boletim da Sociedade Meteorológica Americana.
A afirmação também tem um contexto devido ao diário escrito pelo artista. No dia 22 de janeiro de 1892, ele relata sua experiência melancólica ao cruzar uma ponte em Oslo, na Noruega, com dois amigos. Como próximo à ponte havia um matadouro e um hospício, podemos crer que era possível ouvir os barulhos tanto dos pacientes quanto dos animais sacrificados.
De acordo com estudos utilizados pela Universidade de Rutgers, ao análisar melhor o quadro, notou-se que o padrão de pintura, especialmente em relação às nuvens, se assemelhava (e muito) mais a nuvens nacaradas (ou madrepérolas) do que a qualquer outro cenário anteriormente levantado. Esse estudo se baseou em uma publicação de 2017, quando mais detalhes foram fornecidos mediante verificações científicas, focando em fotos do pôr do sol vulcânicos e nuvens nacaradas, contrapondo suas cores e seus padrões.
Se essa nova análise estiver correta, “O Grito” pode ser um dos primeiros registros visuais sobre o fenômeno. Alan e alguns outros cientistas que anteriormente propuseram que a inspiração veio de pôr do sol vulcânico ainda acham que essa teoria é possível. “Nós não sabemos se Munch pintou exatamente o que ele viu. Ele pode ter sido influenciado pelo pôr do sol do Krakatau e por nuvens nacaradas combinadas”, declara Alan.
Alguns fatos interessantes sobre a obra: não é apenas um quadro, mas sim quatro. Dois com pinturas datadas de 1893, um de 1895, e um que se acredita ser de 1910. Três estão em museus e um com um empresário norte-americano, que pagou por ele a bagatela de 119 milhões de dólares.
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