Artes/cultura
10/10/2019 às 15:00•2 min de leitura
De acordo com a mitologia egípcia, Osíris é descendente direto de Rá, deus de toda a criação, sendo filho de Geb e Nut. Osíris teria reinado no Egito como primeiro faraó até ser assassinado pelo seu irmão Set, que o invejava. Com essa morte movida pelo ciúmes, Osíris se tornou o deus supremo do submundo, também conhecido como o juiz do mundo dos mortos.
Durante a glória do faraó Aton (Akhenaton), apenas ele próprio poderia ser venerado. Assim, o regente proibiu o culto a Osíris e outros 2 mil deuses do Antigo Egito. Pela primeira vez na história do país, apenas um deus era cultuado, mas durou só até a morte de Aton, em 1336 a.C.
O deus do submundo sempre foi representado como um homem mumificado, com uma coroa branca e plumas de avestruz. Além disso, sempre aparecia com os braços cruzados, carregando um cajado e um açoite. Diferentemente de outros deuses do Egito conhecidos, Osíris não era normalmente representado como um animal, porém, quando isso ocorria, geralmente era um crocodilo, touro ou peixe.
Um estudo ainda em andamento descobriu uma potencial nova representação para o deus Osíris. Egiptólogos do Museu Nacional, juntamente com pesquisadores argentinos, encontraram na tumba de Neferhotep (que viveu há 3,3 mil anos), o escriba do Templo de Karnak, uma representação de Osíris como um sol noturno.
De acordo com a arqueóloga argentina Violeta Pereyra, a nova representação de Osíris marca a transição entre o período monoteísta instaurado pelo faraó Akhenaton e a volta dos Antigos Deuses, após a sua morte. “A restauração do universo osiriano após Amarna é o que queremos conhecer melhor”, disse a pesquisadora.
O período foi confirmado por conta das inscrições na tumba de Neferhotep que, de acordo com análises, foram feitas entre o final do reinado de um faraó e outro. Sendo assim, a confirmação de que a diferente representação do deus Osíris como um sol noturno surgiu após o reinado de Aton, que costumeiramente era representado como o disco solar.