Estilo de vida
16/04/2021 às 13:00•2 min de leitura
Recebendo seu nome em homenagem aos gigantescos Titãs da mitologia grega, o Titanic foi projetado para ser o maior navio de passageiros do mundo. Com 268 metros de comprimento e 28 de largura, e pesando mais de 46 mil toneladas, era um símbolo da inovação no ramo das viagens por suas novas tecnologias e promessas de muito luxo.
Mas toda essa grandiosidade teve um papel muito importante para afundar a embarcação.
A criação deste gigante dos mares foi concebida para rivalizar com outro barco de passageiros, o Lusitânia - que também acabou afundando. O projeto começou em 1909, empregando 3 mil trabalhadores e custando US$ 7 milhões de dólares na época, um equivalente a US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,12 bilhão) na atualidade.
(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)
Porém, mesmo com toda a empolgação de ser o maior navio de seu tempo, alguns especialistas em construção naval não estavam tão impressionados, alertando que a embarcação seria grande demais para ser atracada e precisaria descarregar seus passageiros e carga ainda no mar.
Porém, os planos para o Titanic continuaram como previsto, e o navio foi concluído em 31 de março de 1912, partindo alguns dias depois para sua primeira, e última, viagem.
Aproveitando todo o espaço disponível na embarcação, a White Star Line, empresa responsável por sua construção, fez questão de enchê-la de amenidades luxuosas para atrair passageiros ricos, como: um ginásio, cafés com varanda, uma piscina, banhos turcos e uma grande escadaria tão deslumbrante que deveria estar em uma mansão e não em um navio transatlântico.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
E por mais que o incrível peso de 46 mil toneladas pudesse preocupar algumas pessoas, a companhia não parecia compartilhar da mesma opinião, com Phillip Frank, o vice-presidente, se gabando que nada poderia afundar seu barco.
Porém, em 10 de abril de 1912, quatro dias após zarpar do porto de Southampton, na Inglaterra, o Titanic bateu em um iceberg. Dos 2.200 indivíduos dentro do navio, 1.500 acabaram morrendo, pois mesmo com a quantidade de botes salva-vidas excedendo o exigido legalmente, não havia o suficiente para todos.
Os especialistas modernos creem que o tamanho gigantesco do navio pode ter impedido a tripulação de manobrar para longe do perigo, pois reduzir e redirecionar algo com uma massa tão imensa, exigia mais tempo e distância do que o necessário quando o iceberg foi avistado.
(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)
Além disso, a extensão do Titanic pode ter feito com que ele afundasse mais rápido. Por mais que houvessem vários compartimentos abaixo do convés projetados para receber água em caso de um acidente, eles ironicamente não eram impermeáveis, recebendo mais líquido do que o barco podia aguentar e puxando-o para dentro do mar.
E conforme a frente da embarcação imergia, a pesada parte de trás com suas três hélices puxava o lado aposto para baixo, quase partindo o barco no meio.
Depois dessa tragédia horrível, o ramo da construção naval adotou medidas para que essas situações não se repetissem, colocando anteparas mais altas, um segundo casco interno, materiais à prova de fogo e, é claro, mais botes salva-vidas.
(Fonte: Arquivos Nacionais e Administração de Documentos/Reprodução)
Atualmente, os navios também são equipados com recursos e protocolos de segurança rígidos, tudo para evitar possíveis desastres marítimos, mas isso não significa que não exista espaço para melhorias.
“O resultado final é que nenhum navio é inafundável. Não importa o quão seguro ele, se você dirigi-lo a toda velocidade contra uma rocha, é provável que afunde", disse Tony Selman, vice-presidente da Radio Officers’ Association, organização que honra e preserva a história ilustre do rádio marítimo.