Conheça a churinga e saiba porque este instrumento é atemporal

21/06/2021 às 04:002 min de leitura

Quem visita o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, se assusta quando, em meio a inúmeros aparatos tecnológicos, se depara com um instrumento aborígene colocado dentro de uma escultura de madeira em forma de oca. Descrita como uma ferramenta simbólica capaz de “costurar o tempo, conectando passado e futuro”, a churinga é um artefato pré-histórico, usado até hoje por tribos da Austrália.

Fonte: Instrumundo/Pinterest/ReproduçãoFonte: Instrumundo/Pinterest/Reprodução

Conhecida por outros nomes, como rugido, losango ou campainha, o instrumento consiste em uma lâmina confeccionada com diversos materiais, como osso, pedra, madeira e até metal. Para os arqueólogos, a churinga é um instrumento aerófano, o que significa que ele produz som através da vibração do ar.

Para emitir esse som terrível, semelhante a um motor, a placa possui um orifício em uma de suas extremidades, onde uma corda é amarrada. O som é produzido quando a churinga é girada sobre a cabeça ou ao lado da pessoa que a utiliza. O som é modulável e depende da velocidade com a qual a pessoa gira o instrumento.

Para que serve a churinga?

Fonte: Paleomanías/ReproduçãoFonte: Paleomanías/Reprodução

A churinga foi e é ainda utilizada por diversas comunidades do mundo inteiro. A sua utilização varia de acordo com as populações: alguns pastores, por exemplo, utilizavam o apetrecho para assustar os lobos que perseguiam os seus rebanhos. Outros povos usavam a churinga para se comunicar em grandes distâncias.

Dentro de cada etnia, comunidades distintas possuíam sua churinga própria. Para o etnólogo e antropólogo britânico Wilfrid Dyson Hambly, mulheres, crianças e meninos não iniciados não poderiam frequentar os esconderijos das churingas que, além do uso corriqueiro, eram também usadas em rituais ligados ao controle das chuvas e da produção de alimentos.

Os arqueólogos acreditam que os exemplares mais antigos de churingas datam do Paleolítico Superior. Curiosamente, o exemplar mais antigo, encontrado na Ucrânia no ano 17.000 a.C., é do mesmo tipo utilizado pelos aborígenes australianos, que viveram isolados durante 40 mil anos até serem contatados pelos europeus em 1788.

Um dos grandes mistérios da churinga é a gravura em sua superfície. Invariavelmente, os desenhos reproduzem linhas curvas ou geométricas que remetem a padrões vegetais. O que impressiona é que, segundo os arqueólogos, as formas daqueles desenhos podem estar diretamente relacionadas com a função que a churinga desempenhava já na pré-história.

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