Ciência
14/02/2022 às 04:00•2 min de leitura
São Patrício foi um missionário cristão que se tornou o santo padroeiro da Irlanda e foi considerado uma das figuras mais fascinantes e importantes da história religiosa do país, ao lado de Santa Brígida.
Apesar de toda a sua jornada de glória e benfeitoria que o consagrou como a figura que é, Patrício sofreu do mal que muitas pessoas que se tornaram santas ao longo da história: sua vida mais tarde foi alterada, enfeitada e embelezada, o transformando mais em um personagem de ficção do que em alguém que viveu como um ser humano real, para que, de alguma forma, sua canonização fosse ainda mais justificada.
Toda essa especulação alimentou a teoria de que São Patrício se envolveu com um portal que levaria aos portões do Inferno construído sobre um mosteiro, que estaria localizado no Condado de Donegal, na Irlanda.
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(Fonte: Roaringwater Journal/Reprodução)
Há séculos o purgatório faz parte do imaginário popular de maneira tão enraizada que foi absorvido pelos livros religiosos — ou interpretado como tal, inclusive a partir da Bíblia Sagrada —, gerando anos de debates e divergências sobre sua existência e papel no mundo espiritual.
Dizem que foi nas Ilhas Britânicas, local onde nasceu, que Patrício foi visitado pelo próprio Jesus Cristo, que o levou para um local isolado onde ele teve um vislumbre do submundo em primeira mão.
Assim teria nascido o primeiro mosteiro da ilha, sob a renovação da piedade do santo, que ficou perturbado com as imagens que, supostamente, teria visto. O mosteiro carrega seu nome, ainda que não existam evidências materiais de sua passagem por lá.
(Fonte: Brainly/Reprodução)
Na montanha de Croagh Patrick, antes apelidada de Montanha da Águia, um local sagrado de peregrinação para os pagãos, o santo teria convocado todos os tipos de criaturas maléficas para que morressem no precipício abaixo, evitando que estas seduzissem ainda mais os humanos e os condenasse ao purgatório.
Ainda insistem que o Purgatório de São Patrício, em Lough Derg, está situado no lugar errado, alegando que a Igreja o teria colocado em outro lugar por considerar aquele pagão. De qualquer forma, milhares de peregrinos, motivados pela história, visitam a montanha há séculos, em uma verdadeira jornada espiritual que inclui 3 dias de jejum, acomodações simplórias e sem conexão com o mundo externo.
Os turistas são proibidos de visitarem as ruínas do mosteiro, consumido pelo tempo, para não perturbarem os fiéis com seus hábitos mundanos. Até hoje essa "peregrinação às cegas" é condenada por sua falta de fundo documental, obsessão religiosa e necessidade de salvação a todo custo.