Ciência
21/03/2022 às 10:00•2 min de leitura
Música e poesia são formas de arte que estão presentes há muito tempo na humanidade. Os primeiros registros de músicas e poesias são datados da pré-história.
Enquanto a música combina diferentes ritmos e sons, seguindo uma pré-organização ao longo do tempo, a poesia compõe-se de palavras, significados e qualidades estéticas e utiliza diversos recursos fonéticos, sintáticos e semânticos.
Apesar de a criação, a performance, o significado e o propósito desses conceitos variarem com a cultura e o contexto social, existe um mesmo termo para se referir a estrutura que são utilizados por ambos, que é a estrofe.
Segundo a definição do dicionário, estrofe é “a divisão de um texto lírico ou épico formado por um determinado número de versos que apresentam, ou não rima entre si; estância”.
Neste contexto, a estrofe é vista como uma estrutura de qualquer composição poética literária; poemas e músicas são dois exemplos que se enquadram.
Música é uma forma de arte que se combina sons e silêncio. (Pexels/ reprodução)
Na música, a estrofe está relacionada à estrutura da música ou de sua composição. Ela é formada por um conjunto de dois ou mais versos que quando unidos são chamados de seções. Cada uma dessas seções é composta por um agrupamento de versos ritmados ou não.
Na música, além do agrupamento de versos ainda há melodia, ritmo e harmonia.
Poesia é definida pelo seu ritmo, versos e estrofes. (Fonte: Pexels/ reprodução)
O conceito de estrofe, no contexto da poesia, diz que as estrofes são seções que formam um poema. As seções são a junção de versos, sejam eles rimados ou não.
O começo e o fim de uma estrofe dentro de um poema é demarcado com espaços em branco. Essa organização é feita propositalmente para ressaltar a pausa rítmica que precisa ser feita no decorrer da leitura do texto.
É possível observar um exemplo de estrofe na estrutura do poema “Motivo”, de Cecília Meireles.
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Ao ler o primeiro trecho da poesia de Meireles, é possível observar a estrofe. Todas as frases entre as palavras “eu” e “poeta” unidas compõem uma estrofe.
A estrofe apresenta três formas diferentes: simples, composta e livre. Na forma simples, ela é caracterizada pelos versos que dispõem um poema que contém a mesma medida. Já a estrofe composta é definida pela formação de versos, que são agrupados de diferentes medidas. Agora a estrofe livre é identificada quando existe o agrupamento de versos sem um critério métrico específico.