Ciência
21/11/2022 às 09:00•2 min de leitura
Quem embarcou para o Catar para acompanhar a Copa do Mundo 2022 e pretendia assistir aos jogos tomando uma cervejinha terá uma grande decepção. Por duas razões: a primeira é que o consumo de álcool é proibido dentro dos estádios. Já a segunda afeta o bolso: a cerveja é muito cara por lá, pelo menos para os padrões brasileiros.
O influencer digital Matheus Novinho, conhecido por suas participações no programa De Férias Com o Ex, compartilhou com seus seguidores que gastou mais de 2 mil reais comprando 25 cervejas. Segundo o Índice da Cerveja 2022, o Catar é o país com o preço médio da bebida mais alto do mundo.
As regras no Catar sobre o consumo de bebida alcoólica, porém, vão muito além da Copa do Mundo.
(Fonte: Expatica)
O álcool não é ilegal no Catar. Contudo, há regras muito rígidas e tolerância zero com quem bebe em público e fica bêbado nos espaços coletivos. Estes dois comportamentos são considerados crime e têm punições: beber em locais públicos pode render pena de prisão de até seis meses e/ou uma multa de cerca de R$ 4,3 mil.
As bebidas alcoólicas só podem ser compradas em alguns locais licenciados, como restaurantes e bares de hotéis. Segundo as normas do país, apenas as pessoas com mais de 21 anos têm autorização para consumir álcool.
Não é permitido aos visitantes que chegam para a Copa do Mundo trazerem bebidas alcoólicas de seu país, nem fazer compras na única loja de bebidas no Catar, que fica localizada perto de Doha.
A Fifa também fez um acordo com o governo do país para que os bares dos estádios estejam fechados durante os jogos. No entanto, os torcedores podem comprar bebidas (como vinho, cerveja e destilados) antes e depois das partidas em locais especialmente separados para isso. Segundo o presidente-executivo da Copa do Mundo do Catar, Nasser Al Khater, esses espaços serão lugares “para garantir que eles [os consumidores] se mantenham seguros e não sejam prejudiciais a ninguém”.
(Fonte: RNZ)
Essa situação sobre as regras quanto ao consumo de álcool no Catar gerou uma boa dose de “dor de cabeça” para a Fifa por uma razão muito específica: a Budweiser é patrocinadora do torneio desde 1986, no México, e tem exclusividade na venda do produto dentro dos estádios.
Inicialmente, o Catar havia concordado em relaxar algumas de suas regras sobre venda e consumo do álcool durante a Copa. Contudo, oito dias antes da abertura do campeonato, no dia 20 de novembro, a Budweiser recebeu uma ordem enviada pelo governo solicitando que suas barracas de cerveja fossem deslocadas para lugares mais escondidos.
A ordem teria vindo, segundo informações relatadas pelo The New York Times, da família real do Catar — mais especificamente do xeique Jassim bin Hamad bin Khalifa al-Thani, irmão do emir governante do Catar. A determinação envolveria a preocupação que o excesso de visibilidade dado ao álcool na Copa do Mundo criaria problemas para a população local.
Dois dias antes do início do torneio, veio uma nova orientação: a venda da cerveja e de outras bebidas alcoólicas foi totalmente proibida em todos os oito estádios da Copa do Mundo.
A Budweiser chegou a se manifestar no Twitter, mas retirou posteriormente a mensagem. A Fifa fez um comunicado confirmando a proibição, escrevendo: “Os organizadores do torneio agradecem a compreensão e o apoio contínuo da AB InBev [empresa controladora da Budweiser] ao nosso compromisso conjunto de atender a todos durante a Copa do Mundo da FIFA Catar 2022”.