Ciência
19/01/2023 às 09:07•2 min de leitura
Barragens, represas ou açudes são estruturas artificiais extremamente importantes para algumas regiões do planeta, pois retêm grandes quantidades de água formando um lago artificial. Em geral, são utilizadas para abastecer zonas residenciais, agrícolas, industriais ou até mesmo para a produção de energia elétrica.
No entanto, qualquer mínimo erro feito no cálculo de sua construção pode resultar em uma catástrofe sem tamanho. Quando uma barragem se rompe, a água liberada pode derrubar tudo à sua frente, destruindo propriedades, matando humanos e animais. Relembre cinco casos em que falhas em represas se mostraram completamente mortíferas:
(Fonte: Wikimedia Commons)
Construída com rocha e terra compactada, a barragem de South Fork ficava a 13 km de Johnstown, nos Estados Unidos. A estrutura original tinha 280 metros de comprimento e 22 metros de altura, sendo concluída em 1852. Uma década depois do fim da obra, a represa já teve uma falha parcial.
Em 1872, um homem chamado Benjamin Ruff decidiu comprar os restos da barragem e todas as terras adjacentes com plano de revitalizar o local e transformá-lo em um resort de luxo. Em 1889, no entanto, uma violenta tempestade inundou a área com chuvas torrenciais, causando um colapso da estrutura e liberando 20 milhões de toneladas de água. Ao todo, 2,2 mil pessoas morreram.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Duas das três barragens do Vale do Ruhr, na Alemanha, romperam-se por uma causa diferente do que normalmente acontece nesse tipo de estrutura. Ao contrário do que se pode imaginar, a represa foi derrubada intencionalmente. O incidente aconteceu em maio de 1943, quando um esquadrão de 19 bombardeiros ingleses utilizou uma série de bombas para atacar o território alemão.
O plano original era destruir todas as três barragens, mas apenas Möhne e Eder foram atingidas. De qualquer forma, o estrago foi intenso. Cerca de 545 soldados alemães e 749 trabalhadores e prisioneiros de outras nações morreram com o ataque.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Concluída em 1926, a represa de St. Francis tinha 21,3 metros de comprimento e estava localizada a 64 km de Los Angeles. Sua finalidade era armazenar água para a rede de aquedutos da cidade. O projeto foi assinado pelo engenheiro-chefe William Mulholland, que tinha experiência em outras construções de barragens, mas era autodidata.
Por ser uma barragem de aterro, o que significa que sua estrutura tinha 6 metros a mais do que se via, alguns números foram desconsiderados em sua elaboração. Não à toa, a barragem falhou em 1928, resultando na morte de cerca de 400 pessoas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O desastre da Barragem de Brumadinho é uma das tragédias mais marcantes dos últimos anos no Brasil. O objetivo de sua construção era conter o derramamento tóxico das operações de mineração de minério de ferro no interior de Minas Gerais. Portanto, ela estava carregada de toneladas de lama tóxica.
Quando ela falhou em janeiro de 2019, todas essas substâncias nocivas foram liberadas para a natureza, o que envolveu fazendas e povoados próximos. Ao todo, 270 pessoas morreram. Em 2021, a mineradora Vale foi condenada a pagar uma indenização de US$ 7 bilhões.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O reservatório Dale Dyke estava localizado a 12,8 km da cidade de Sheffield, no norte da Inglaterra. A barragem tinha 30 metros de altura e se estendia por mais 152 metros, retendo um reservatório de 1,6 km de comprimento e 0,4 km de largura. Embora a estrutura estivesse quase concluída em março de 1864, uma forte tempestade atingiu a área e rompeu a barragem.
O colapso da represa liberou incríveis 2,9 milhões de litros de água no Vale Loxley, eventualmente chegando até Sheffield. A inundação acabou impactando casas, pubs, fábricas e destruiu outros edifícios. No total, estima-se que pelo menos 240 pessoas morreram.