Ciência
28/01/2023 às 13:00•2 min de leitura
Ao longo da história, a humanidade contribuiu para deixar uma série de mistérios para serem desvendados. É o caso da cidade perdida de Nan Madol, localizada na ilha Pohnpei, onde fica a capital da Micronésia, Paliquir. O lugar fica no meio do Oceano Pacífico, a 2,5 mil quilômetros de distância da Austrália e 4 mil quilômetros dos Estados Unidos. Até agora nada fora do normal, não é?
As ruínas de Nan Madol, contudo, só foram descobertas há cerca de 100 anos, e até hoje não se sabe como a cidade foi construída – e muito menos por que está localizada no meio do oceano. A cidade misteriosa prosperou entre os anos de 1200 e 1700, e foi uma cidade política e religiosa muito importante na Micronésia.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A cidade é um mistério completo para os estudiosos, mas seus habitantes dizem que ela é amaldiçoada. Nan Madol é um arquipélago artificial construído com enormes blocos de basalto sobre um recife de corais ao sudeste de Pohnpei.
Por volta de 1100, a ilha de Pohnpei foi dominada por estrangeiros que estabeleceram a dinastia de Saudeleur, dominando a região por cerca de 500 anos e oprimindo o povo local até a chegada dos europeus no século XIX.
Um grupo chamado Isokelekel colocou um fim à dinastia por volta de 1600, deixando a capital, Nan Madol, intacta. A cidade foi considerada uma das maravilhas do mundo antigo e consagrada como Patrimônio Mundial pela Unesco em 2016.
Nan Madol foi construída para abrigar líderes políticos e religiosos, além da alta classe dos Saudeleur, e é formada por várias pequenas ilhas em formato de formas geométricas. Cada uma delas era dedicada para uma atividade diferente, como:
O templo real chamado Nandauwas, inclusive, é cercado por uma muralha de sete metros de altura e cinco de largura. Em várias das ilhas, palacetes de até 8 metros de altura foram erguidos, e entre as ilhas e construções, os canais rasos funcionam como Veneza em uma versão tropical.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No entanto, os Saudeleur não deixaram nenhum tipo de inscrição ou runa nas ruínas da cidade, dificultando, e muito, o trabalho dos historiadores e arqueólogos para descobrir os mistérios que envolvem o arquipélago.
Por exemplo, como os locais fizeram para locomover as centenas de blocos gigantescos de pedra basáltica – que chegam a até 50 toneladas – até o meio do mar? Ninguém sabe o motivo da cidade ter sido construída e muito menos por que foi feita no meio do Oceano Pacífico.
(Fote: iStock)
A ilha possui um enigma muito interessante: segundo os locais, o local possui túneis submersos que guardam riquezas e artefatos antigos. Isso atrai a atenção de diversos pesquisadores, mas a teoria nunca foi comprovada efetivamente.
Isso, somado ao fato de ninguém entender como a cidadela também conhecida como Soun Nan-leng (que significa "Recife no Céu" de acordo com os micronésios mais antigos) foi construída, torna o lugar alvo de acusações sobre ser mal-assombrado.
A hipótese de que o processo envolveu magia é muito popular entre os locais, mas diversos cientistas acreditam que o basalto chegou via jangadas do outro lado da Micronésia – ou seja, nada tem a ver com feitiços.
(Fonte: Davide Quaroni/Reprodução)
Uma outra curiosidade muito interessante é que a cidadela de Nan Madol foi uma inspiração para criar a cidade fictícia de R'lyeh, que o escritor H.P. Lovecraft usou no conto O Chamado do Cthulhu (1928) como lar para a criatura místicam conhecida como Cthulhu.